Lula diz que Nísia pode 'dormir tranquila' no ministério da SaúdeRicardo Stuckert/PR
Lula diz que Nísia pode 'dormir tranquila' no ministério da Saúde
Segundo presidente, Centrão tem interesse na pasta
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva confirmou a permanência da ministra da Saúde, Nísia Trindade, no governo, em meio à vontade do Centrão por mais espaço na Esplanada. Ao elogiar o trabalho da ministra à frente da pasta, ele disse que a ministra pode ficar tranquila sobre a continuidade no cargo.
"Na semana passada, tinha visto uma pequena nota num jornal com alguém reivindicando o Ministério da Saúde. Fiz questão de ligar pra Nísia e dizer: Nísia, vá dormir e acorde tranquila, porque o Ministério da Saúde é do SUS", declarou Lula, discurso na 17ª Conferência Nacional de Saúde, nesta quarta-feira, 5, em Brasília.
"Temos uma mulher no Ministério da Saúde para cuidar do povo! Tenho muita sorte no Ministério da Saúde, todos eles foram extraordinários. Mas precisou uma mulher para fazer mais", acrescentou. Com orçamento de R$ 189 bilhões, o ministério é alvo do desejo dos parlamentares que vislumbram emendas, cargos e projeção eleitoral.
O Centrão busca ocupar mais espaços no governo, após uma "insatisfação generalizada" de deputados com a demora na liberação de emendas do governo federal. Um dos principais focos de reclamação dos parlamentares é justamente com as travas para empenhar verbas na Saúde, que tem um dos maiores orçamentos da Esplanada. No final de junho, ela se reuniu com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
Como mostrou o Estadão, Lula resiste a trocar o comando da pasta. O presidente pediu que interlocutores informassem aos parlamentares que "de jeito nenhum" tiraria Nísia Trindade do Ministério da Saúde. Em entrevista na semana passada, o ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, Paulo Pimenta, negou a possibilidade de saída de Nísia.
Na manhã desta quarta, 5, Lula se reuniu com a ministra no Palácio da Alvorada, residência oficial da presidência da República. O encontro também foi acompanhado pelos ministros Rui Costa (Casa Civil), Márcio Macêdo (Secretaria-Geral), Alexandre Padilha (SRI) e Jorge Messias (Advocacia-Geral da União).
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