O ministro da Justiça, Flávio Dino, afirmou nesta quinta-feira, 17, que a Polícia Federal (PF) "vai agir de acordo com a lei" na apuração dos ataques sofridos pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, na última sexta-feira, 14, na Itália.
Em entrevista à 'GloboNews', Dino disse que a corporação não vai “perseguir ninguém”, mas sim cumprir “aquilo que é uma obrigação legal”. O ministro afirmou que espera colaboração da Itália para investigar o caso, e que pedidos de colaboração já foram formalizados.
"É uma praxe que haja essa cooperação policial e jurídica "entre os países", e temos a firme convicção de que haverá”, concluiu.
A PF solicitou o conteúdo das câmeras internas do aeroporto de Roma, com o entendimento de que as imagens poderiam eliminar o conflito de discursos nos depoimentos entre as duas partes do caso.
No sábado, 15, a Polícia Federal instaurou um inquérito para investigar as três pessoas que hostilizaram o ministro e o Ministério Público Federal (MPF) afirmou que vai “tomar medidas cabíveis” sobre as agressões.
Ataque a Moraes
Na sexta-feira, 14, o ministro do STF Alexandre de Moraes foi xingado por três pessoas — dois homens e uma mulher — e teve seu filho agredido por um dos suspeitos no aeroporto de Roma.
O magistrado participou do Fórum Internacional de Direito da Universidade de Siena. Enquanto aguardava o voo, Moraes foi abordado pelos brasileiros e ouviu ofensas e palavras de baixo calão.
A mulher chamou o ministro do STF de “bandido, comunista e comprado”. Os outros dois homens, identificados como Alex Zanatta e Roberto Mantovani Filho, aderiram ao coro.
Mantovani Filho, de 71 anos, consta, no sistema do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), como um filiado do Partido Social Democrático (PSD). Em nota divulgada no domingo, 16, o PSD informou que, caso Mantovani seja mesmo um filiado, será expulso do partido e que “repudia o episódio”.
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