Conclusão das obras de Angra 3 está orçada em R$ 20 bilhõesDivulgação/Eletronuclear
Ele destacou, porém, que a grande retomada da obra ocorrerá somente quando for feita a licitação internacional para contratação do epecista, que é o projetista, fornecedor e construtor, simultaneamente. Segundo Grand Court, essa etapa depende da modelagem que em elaboração pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e que determinará os investimentos necessários e a melhor forma de retomar o empreendimento como um todo.
O estudo terá de ser submetido ao Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) e ao Tribunal de Contas da União (TCU). “Uma vez isso concluído, é publicado um edital, uma licitação internacional, para que as empresas deem seus lances. Aquela que for vencedora é que vai retomar de forma plena o empreendimento”. Para Grand Court, isso deve ocorrer em 2024. “É a nossa expectativa”. Caberá a essa empresa, ou consórcio, finalizar as obras civis e a montagem eletromecânica da usina, o que ocorrerá por meio de contrato de EPC (sigla em inglês para engenharia, gestão de compras e construção).
Cerca de R$ 7,8 bilhões já foram investidos em Angra 3, que necessitará de mais R$ 20 bilhões para ser concluída e poder entrar em operação em 2029. Grande Court recordou que, em 1985, começou a ser escavada a rocha sobre a qual Angra 3 está sendo construída, mas os trabalhos ficaram parados até 2010, quando a Eletronuclear obteve licença para fazer a regularização daquela cava e a drenagem para retirada da água no local, criando um sistema de esgotamento. Até o momento, 65% da obra estão concluídos, incluindo a compra de equipamentos e a parte de engenharia que tinha sido iniciada.
Perspectiva
Ele informou que, quando Angra 3 estiver concluída, só vai pagar conta quem efetivamente consumir energia. “Além disso, no planejamento da obra, não entra dinheiro da União. A Eletronuclear está fazendo um trabalho para ela captar os recursos, através de investimento [privado] e, a partir da fonte de energia gerada, vai pagando e ressarcindo o investimento que for feito pelos investidores”.
Quando estiver concluída, Angra 3 vai gerar 1.400 MW de energia, entregando 90% da energia gerada, “no mínimo, diferente de outras fontes de energia, que geram 100% e entregam, em média, 30% a 40%”, explicou Grand Court, ressaltando que o Brasil trabalha com o Sistema Interligado, no qual todas as usinas contribuem para que as empresas distribuam a energia produzida. “Isso gera uma condição de estabilidade para o sistema.”
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