Bolsonaro recebeu mais de R$ 17 mi em Pix em 2023, diz relatório do CoafPedro Ivo/ Agência O Dia
O valor corresponde quase à totalidade do valor que circulou nas contas de Bolsonaro em 2023: R$ 18.498.532. Uma possível explicação para os valores é a vaquinha promovida por seus apoiadores para pagar multas processuais. Os valores apurados pelo Coaf foram revelados pela Folha de S. Paulo.
O ex-presidente tem evitado falar publicamente sobre o valor arrecadado na campanha. No dia 26 de junho, ele disse apenas que já havia levantado o suficiente para pagar suas condenações processuais. "A massa contribuiu com valores entre R$ 2 e R$ 22. Foi voluntário", disse Bolsonaro na época, prometendo abrir os valores "mais para frente".
Segundo o Coaf, o órgão que atua no combate à lavagem de dinheiro, há indícios de transferências financeiras que "não se justificam". O documento ainda aponta que encontrou indícios de "movimentação de recursos incompatível com o patrimônio, atividade econômica ou a ocupação profissional e capacidade financeira do cliente". O teor do documento foi divulgado pelo O Globo.
Segundo o jornal, o Coaf registrou uma movimentação de R$ 3,2 milhões entre junho de 2022 e janeiro de 2023 da conta de um tenente-coronel da ativa que recebe R$ 26.239,50 brutos.
Cid está preso desde 3 de maio no Batalhão de Polícia do Exército. Ele é investigado por falsificar cartões de vacina de covid-19, incluindo documentos da própria família de Bolsonaro.
Na conta bancária, o ex-ajudante de ordens teria, de acordo com o jornal, enviado R$ 367.374 aos Estados Unidos no dia 12 de janeiro deste ano. Nesta data, Bolsonaro não era mais presidente e vivia no país americano, assim como Cid. O ex-presidente voltou ao Brasil no final de março.
O sargento Luis Marcos dos Reis, aponta o relatório, é um dos que fizeram transações financeiras com Cid. Ele é um dos investigados pela PF que teria mobilizado o próprio sobrinho, o médico Farley Vinicius Alcântara, para preencher e carimbar um dos cartões falsos emitidos em nome da mulher de Mauro Cid. Ele foi preso na operação Venire, da PF.
Mauro Cid já foi interrogado pela comissão parlamentar mas se negou a responder a maior parte das perguntas dos parlamentares. Amparado por uma decisão judicial do Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro repetiu insistentemente que se reservada ao direito de permanecer em silêncio. O STF autoriza a depoentes a ficarem calados para não se auto-incriminarem.
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