Ao falar sobre as eleições de 2026, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse que não está fora do jogo político, embora tenha sido condenado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e esteja inelegível até 2030 por propagar informações falsas sobre as urnas eletrônicas. "Sobre 2026, eu costumo dizer que só estou morto quando estiver enterrado", disse ele em entrevista à revista Crusoé divulgada nesta sexta-feira, 28.
O ex-mandatário, no entanto, afirmou que o foco dele agora são as eleições de 2024, enquanto faz viagens pelo país para dar projeção ao PL.
"Talvez a gente consiga fazer 1.000 prefeituras, essa é a meta do Valdemar (Costa Neto, presidente do PL). Tem muito prefeito vindo para o nosso lado. No momento, estamos com um problema que todos os partidos gostariam de ter: candidatos em excesso. O que nós queremos é que a esquerda não ganhe mais municípios por aí", disse.
Nesta semana, Bolsonaro esteve em São Paulo para participar da cerimônia de filiação ao PL do vereador Fernando Holiday e do comentarista político Lucas Pavanato.
O presidente da legenda, Valdemar Costa Neto, vem afirmando nas últimas semanas que sua intenção é eleger até 1.500 prefeitos nas próximas eleições.
Na entrevista, Bolsonaro ainda falou sobre a aliança que a sigla deve fechar para a reeleição do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), e disse que as conversas estão avançadas. Com a negociação, o PL espera garantir a derrota do candidato apoiado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL).
"Ele (Nunes) é uma pessoa humilde, que tem trabalhado. Para a vaga de vice, temos alguns nomes, mas não pode ser casamento arranjado. O vice tem que ser alguém que colabore com o nosso município. Então falta eu e o Nunes tomarmos algumas tubaínas juntos para marcar a data do casamento. O Valdemar já declarou amor, eu estou na iminência de fechar. Um namoro um pouco mais demorado é bem-vindo", declarou.
Bolsonaro inelegível
Jair Bolsonaro se tornou inelegível pelos próximos oito anos após decisão do TSE de 30 de junho, que condenou o ex-presidente por divulgar informações falsas sobre as urnas eletrônicas durante uma reunião com embaixadores em junho de 2021.
O julgamento encerrou com o placar de 5 a 2 contra o ex-mandatário. Na visão da Corte Eleitoral, Bolsonaro cometeu abuso de poder político ao transmitir a reunião na TV Brasil, emissora estatal do governo federal.
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