Uma semana após início da Operação Escudo, que deixou ao menos 16 mortos na Baixada Santista, nenhum órgão teve acesso às imagens das câmeras corporais instaladas nos uniformes de policiais, essenciais para esclarecer o que aconteceu na chacina e apontar os responsáveis pela matança que ocorreu no Guarujá como resposta à morte do soldado da Rota Patrick Bastos Reis. As informações são do UOL.
Na segunda-feira, 31, após os primeiros relatos de mortes por intervenção policial, o secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, disse à GloboNews que as imagens "estarão à disposição" do Poder Judiciário e do Ministério Público. No dia seguinte, ele disse à CNN Brasil que algumas das câmaras usadas pelos policiais durante essa operação podem não ter funcionado adequadamente.
As câmeras operacionais portáteis (COP) passaram a ser usadas pela Polícia Militar de São Paulo em 2020, com o Programa Olho Vivo, para fazer gravações ininterruptamente com o objetivo de reduzir o número de mortes em decorrência de violência policial. Entre janeiro e julho deste ano, o número de mortos pela Polícia Militar em serviço aumentou 24,2% quando comparado ao mesmo período de 2022.
No caso da chacina no Guarujá, especialistas em segurança pública afirmam que as gravações já deveriam ter sido acessadas pelos órgãos de controle, mas a demora traz diversas dúvidas sobre o que de fato aconteceu e quem são os culpados. A Secretaria da Segurança Pública de São Paulo afirmou que "as requisições do Ministério Público serão todas atendidas, mas não deu prazo para atender ao pedido”.
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