CPMI quer saber se Mauro Cid tentou vender o Rolex recebido por BolsonaroBruno Spada/Agência Câmara

O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, disse à família que só queria fazer uma cotação para saber quanto valeria o Rolex que o ex-presidente ganhara durante uma viagem oficial à Arábia Saudita. Ele está preso desde maio e é investigado pela Polícia Federal por participação em um esquema de supostas fraudes a cartões de vacina e por manter conversas de teor golpista — tema sobre o qual a CPMI de 8 de janeiro se debruça.

E-mails analisados pela CPMI mostram uma conversa de Mauro Cid com uma interlocutora, com quem ele falava em inglês sobre o possível preço do Rolex e sua intenção de vendê-lo.
“Obrigado pelo interesse em vender seu rolex. Tentei falar por telefone, mas não consegui. Quanto você espera receber por ele? O mercado de rolex usados está em baixa, especialmente para os relógios cravejados de platina e diamante, já que o valor é tão alto. Eu só quero ter certeza que estamos na mesma linha antes de fazermos tanta pesquisa", escreveu a pessoa em questão (texto traduzido).

Em resposta, Mauro Cid disse que não tinha o certificado do Rolex, pois “foi um presente recebido durante uma viagem oficial", e pretendia vender por US$ 60 mil (cerca de R$ 300 mil, em cotação atual). Os e-mails, contudo, não trazem nenhum detalhe sobre o contexto em que Mauro Cid teria recebido o relógio.