A radioterapia de IMRT apresentou resultados eficazes, o que levado em conta pela ANSClatterbridge Cancer Center/Divulgação
Ao manifestar os fatores que resultaram na alteração do parecer, antes desfavorável à incorporação, foi o potencial ganho de sobrevida global e menor toxicidade, evidenciado por estudos científicos. A nota técnica de recomendação final da ANS afirma que “o uso amplo e consolidado da IMRT, bem como seus benefícios para redução da toxicidade de curto e longo prazo relacionada à radiação, foram francamente corroborados por especialistas e outros interessados, que reforçam a importância da incorporação de uma técnica mais segura para o paciente e da ampliação das opções de radioterapia disponíveis no Rol para o tratamento de tumores de pulmão, mediastino e pulmão”.
O radio-oncologista e presidente da SBRT, Marcus Simões Castilho, celebra o parecer favorável à incorporação e destaca que a técnica de IMRT é a única com capacidade de entregar radiação concentrada no tumor. No caso de irradiação no tórax, é feita a modulação para se atingir — com uma dose alta e segura — apenas o tumor e, assim, são poupados os órgãos saudáveis ao redor, como coração, esôfago, pulmões e medula espinhal, evitando sequelas graves nesses órgãos. “Essa técnica é a mais avançada que existe e a utilizamos no Brasil há mais de 20 anos. É considerada padrão na maior parte do mundo”, complementa o radio-oncologista Robson Ferrigno, diretor de defesa profissional da SBRT.
Para ser realizada, a IMRT exige investimentos em hardware e software específicos e se utiliza o mesmo equipamento que as demais técnicas de radioterapia, que é o acelerador linear. Os tratamentos com IMRT consomem mais tempo de pessoal durante simulação e planejamento, mais tempo de equipamento para entrega de dose, além de cuidados mais precisos com controle de qualidade e segurança de tratamento, exigindo maior treinamento de toda a equipe envolvida. Por sua vez, estudos evidenciam ser uma técnica custo-efetiva e com impacto na redução de mortalidade.
O câncer de pulmão é o terceiro mais comum nos homens e quarto entre as mulheres, totalizando mais de 32 mil novos casos previstos para 2023, segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca). O de esôfago também está entre os mais incidentes nos brasileiros, somando mais de 11 mil casos anuais. Deste total, 7 entre 10 pacientes recebem a indicação de radioterapia, informa a SBRT. Em todo o mundo, de acordo com o Global Cancer Observatory, da Organização Mundial da Saúde (OMS), o câncer de pulmão é o mais letal no mundo, com 1,8 milhão de mortes anuais.
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