Camilo Cristófaro (Avante) Afonso Braga/Câmara Municipal de São Paulo
Câmara de SP marca data para votar cassação de Camilo Cristófaro por fala racista
Representação contra Camilo Cristófaro, na época ainda no PSB, se deu após o vereador ser flagrado utilizando uma expressão racista na CPI dos Aplicativos
São Paulo - A Câmara Municipal de São Paulo aprovou nesta quarta-feira, 30, o parecer da Corregedoria da Casa que pede a cassação do vereador Camilo Cristófaro (Avante) devido a uma frase racista proferida por ele durante a CPI dos Aplicativos, em maio do ano passado. Agora, o relatório segue para o plenário da Câmara, onde são necessários 37 votos para que a cassação seja confirmada. A votação está marcada para começar às 15h30 do dia 19 de setembro.
Na sessão desta quarta, o presidente da Câmara, vereador Milton Leite (União Brasil), informou ao plenário que o advogado de Cristófaro estará fora do País até o dia 13 de setembro. "Determino que sejam intimados os advogados das partes, de imediato. E informo desde já que, caso na data marcada o advogado não apareça, constituirei um defensor dativo entre os procuradores desta Casa. Levaremos a termo a votação no dia 19 de setembro, às 15h30", disse.
A representação contra Camilo Cristófaro, na época ainda no PSB, se deu após o vereador ser flagrado utilizando uma expressão racista na CPI dos Aplicativos. Em áudio vazado, ele disse: "Olha só, lavando a calçada. Isso é coisa de preto". O episódio aconteceu em maio de 2022. Por causa do episódio, ele foi desfiliado do PSB.
Um dia depois, Cristófaro se desculpou pelo episódio. "Eu peço desculpas a toda população negra por esse episódio que destrói toda minha construção política na busca de garantia à cidadania dos paulistanos, principalmente aos que têm suas portas de acesso ao direito diminuída pelo racismo estrutural. Apesar de ter tido uma fala racista, em minhas atitudes e com o tempo vocês terão a oportunidade de constatar isso", afirmou na ocasião.
Na Justiça, porém, Camilo Cristófaro acabou vendo seu caso ser arquivado. O juiz Fábio Aguiar Munhoz Soares, da 17ª Vara Criminal de São Paulo, rejeitou a denúncia argumentando que a fala do parlamentar poderia sim ser considerada discriminatória, mas foi dita "sem a vontade de discriminar". Segundo Soares, a frase "foi extraída de um contexto de brincadeira, de pilhéria, mas nunca de um contexto de segregação".
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