Presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)Marcelo Camargo/Agência Brasil
Com os líderes de China, Rússia e Índia ausentes, o petista deve retomar uma agenda similar à de suas intervenções anteriores no púlpito da ONU, como a reforma do Conselho de Segurança e uma agenda de desenvolvimento para os países do chamado Sul Global, além de pedidos para que os países ricos financiem o combate à mudança climática.
Para o professor de relações internacionais da FAAP Lucas Leite, esse esvaziamento demonstra que os mecanismos multilaterais mais amplos como a ONU já não conseguem servir de fórum geral para as principais discussões existentes.
"Lula tem a vantagem de ser comparado ao ex-presidente Jair Bolsonaro, que tinha orgulho de ser um pária internacional, então essa comparação é favorável, mas não pode ser levada ao extremo. Não é uma licença para falar besteira", diz Carlos Gustavo Poggio, professor do departamento de ciência política do Berea College (EUA).
Ausentes
Assim como os presidentes da China, Xi Jinping, e da Rússia, Vladimir Putin, que já não eram esperados para a reunião, o presidente da França, Emmanuel Macron, e o primeiro-ministro do Reino Unido, Rishi Sunak, não comparecerão à Assembleia-Geral. Com isso, o norte-americano Joe Biden será o único presente entre os líderes do Conselho de Segurança da ONU.
Para os especialistas, a atual posição do Brasil na política externa exige um equilíbrio muito mais complexo em comparação aos primeiros anos de Lula no governo.
Isso se reflete na demanda brasileira por uma reforma do Conselho de Segurança, tema que o presidente deverá abordar hoje Para Casarões, nenhuma reforma deve avançar agora "dadas as circunstâncias geopolíticas cada vez mais tensas envolvendo a China e, em menor grau, a Rússia".
Lula também abordará em seu discurso questões como o combate às mudanças climáticas, um tema frequente dentro da política externa brasileira, avaliam analistas ouvidos pelo Estadão. Leite espera que o petista, mais uma vez, faça cobranças duras para o financiamento de ações contra a crise do clima e de mais empenho das nações desenvolvidas.
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.