Ministro da CGU, Vinicius CarvalhoJoédson Alves / Agência Brasil
Vinícius Carvalho, da CGU, é cotado para assumir AGU no governo Lula
Segundo aliados, é possível que Lula resolva fazer uma 'dança das cadeiras' para resolver a sucessão ao STF
O ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Vinícius Carvalho, é cotado para assumir a Advocacia-Geral da União (AGU) caso o presidente Luiz Inácio Lula da Silva indique o atual chefe da pasta, Jorge Messias, para uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF). Além de Messias, o ministro da Justiça, Flávio Dino, também tem seu nome cogitado para a Corte.
Segundo aliados, é possível que Lula resolva fazer uma "dança das cadeiras" para resolver a sucessão ao STF. Se Messias for para a Corte e Carvalho para a AGU, o governo indicaria uma mulher para comandar a CGU. Um possível nome seria a atual secretária-executiva da corregedoria, Vânia Lúcia Ribeiro Vieira Ela é procuradora da AGU desde 2006 e tem trajetória acadêmica na área do direito.
Carvalho assumiu a CGU no início do governo Lula e é ligado ao grupo de advogados lulistas Prerrogativas, que foi importante para o presidente no enfrentamento à operação Lava Jato. Antes, ele foi presidente do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e secretário de Direito Econômico do Ministério da Justiça.
O ministro da CGU ganhou pontos com Lula depois de comandar investigações no órgão como a que desvendou fraude no cartão de vacinação do ex-presidente Jair Bolsonaro, revelada pelo Estadão/Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, que levou o ex-ajudante de ordens do ex-presidente, o militar Mauro Cid, à prisão. Cid acabou fazendo um acordo de delação premiada com a Polícia Federal.
Carvalho também esteve à frente da investigação sobre a ação da Polícia Rodoviária Federal no segundo turno das últimas eleições - quando a corporação dificultou que eleitores chegassem às sessões eleitorais em regiões que votavam majoritariamente em Lula.
Nomes para a Justiça
Com a possibilidade de Dino ir para o Supremo em alta, ganhou força a hipótese de o governo desmembrar a pasta ocupada hoje por ele. Lula chegou a anunciar, na campanha, que haveria um Ministério da Justiça e outro da Segurança Pública. Foi Dino quem o convenceu a não separar as estruturas.
Circulam para a Justiça nomes como o do advogado Marco Aurélio Carvalho, coordenador do Prerrogativas. Mas também há quem diga que Lula escolherá uma mulher para o posto como forma de reduzir o desgaste por nomear mais um homem para o Supremo.
Também é especulada a possibilidade de Messias ser remanejado para Justiça. Porém, ele tem indicado a aliados que não quer assumir a pasta. O nome de Vinícius Carvalho também foi citado para ocupar a Justiça.
Para a Segurança Pública, o principal cotado é o atual secretário-executivo da Justiça, Ricardo Cappelli. Braço direito de Dino, ele ocupou o cargo de ministro interino do Gabinete de Segurança Institucional em abril depois de o titular do cargo, general Gonçalves Dias, ter pedido demissão após vídeos revelados pela CNN o mostrarem circulando em meio aos invasores do Palácio do Planalto no 8 de janeiro.
Capelli também atuou como interventor na segurança pública do Distrito Federal logo após os atos golpistas, quando o governador da unidade da federação, Ibaneis Rocha, foi afastado por ordem do STF.
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