Mato Grosso - O empresário Antônio Araújo, de 60 anos, realizou o sonho da neta e construiu um castelo de três andares às margens da BR-364, em Diamantino, no Mato Grosso. A fortaleza de pedras, que custou mais de R$ 2 milhões, foi construída há três anos e, além de estar aberta para visitação, virou ponto para a realização de aniversários ou eventos privados.
A obra começou em agosto de 2020. O "Castelo da Caixa Furada", como é conhecido, possui oito suítes, três cozinhas, cinco salas, um salão para festas e uma sala de cinema.
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Antônio lembra que a área em que o reino foi construído, era conhecida pela grande quantidade de pedregulhos. Ele conta que comprou o terreno com cerca de 73 hectares, a sua neta, que na época tinha três anos, gostava de brincar com as pedras que encontrava no local.
Vendo as brincadeiras de princesa da menina, que construía castelos e se imagina vivendo como nas famosas histórias de princesa, o avô prometeu tornar o sonho em realidade.
"Minha netinha brincava de construir castelos, ficava catando as pedras no chão e me mostrando, um dia falei que o vovô ia fazer um castelo só para ela", disse o empresário ao portal "UOL".
Em seguida, Antônio começou a juntar milhares de pedras, algo que virou motivo de piada entre os que sabiam da ideia do empresário de erguer um castelo em Diamantino. "A turma tirou sarro: 'por que essa fazenda cheia de pedra? E eu respondia que ia construir um castelo'".
A inspiração para o design veio do cinema. Maravilhado por filmes franceses do Vale do Loire, ele esboçou seu primeiro rascunho arquitetônico.
Ele ainda explica que, entre pedreiros e ajudantes, teve a ajuda de 15 pessoas. Quando terminou a construção do primeiro andar, achou que o castelo estava muito baixo e iniciou a obra do segundo pavimento. No entanto, o empresário só ficou satisfeito quando o imóvel ganhou o terceiro andar.
"(...) As pessoas só iriam ver o castelo quando você chegasse nele, agora dá para ver de longe na estrada e tem um pôr do sol lindíssimo na parte de cima", apontou.
O empresário ainda tem o desejo de acertar alguns detalhes no local e implementar outras melhorias. No maior dos quartos, ele pretende criar uma "cachoeira". Uma sauna também está entre as intervenções que ainda planeja.
"Foi rápido para fazer, fiz em dois anos, agora faltam alguns acabamentos por dentro mesmo. Na parte de cima faltam almofadas de couro para colocar em uma sala de cinema que temos. Quando fiz, era para eu morar, mas todo mundo quer ver, como você vai morar em um lugar que toda hora alguém pede para ver?", brincou.
Antônio diz que o presente é motivo de orgulho para a neta. O empresário afirma que ela costuma contar para os colegas de escola que tem o próprio castelo. Para ele, "não há dinheiro que pague" a felicidade da neta. No entanto, ele lamenta pensar que a obra poderá ser desmanchada no futuro.
"Se deixar, ela quer ir todo dia, ela fala na escola para os amiguinhos que ela é a 'menina do castelo' e todo mundo chama ela assim. Não tem dinheiro que pague essa felicidade, mas precisa ficar todo mundo feliz e gostar do que você fez. Gastei uma fortuna, mas sei que se morrer hoje ou amanhã, é desmanchado, e isso me deixa triste", ressaltou.
Ponto turístico e casa de festas
O palácio acabou virando ponto turístico. Antônio diz que não se incomoda com os pedidos dos curiosos que querem conhecer a obra. No futuro, ele também pretende construir uma portaria, para que o tour pelo castelo se torne uma fonte de renda e consiga fazer os ajustes.
"Já que ficou bonito e o povo gostou, deixa o povo tirar foto. Não me incomodo, é difícil você gostar de um lugar e não poder tirar foto, já passei por isso em viagens com meus filhos pequenos. Depois pretendo cobrar para entrar, uns R$ 20 por pessoa", afirmou.
No momento, o local tem funcionado como ponto para a realização de aniversários ou eventos privados, além de já ter sido usado como cenário para ensaios fotográficos de debutantes. "Para evento cobramos R$ 1 mil pela noite, para as fotos é R$ 300. Já fizemos várias festas de família na parte de cima, e cabem até cem pessoas", contou.
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