Bruna ValeanuReprodução/Instagram

Desaparecida desde sábado, 7, quando o Hamas iniciou um ataque supresa a Israel, Bruna Valeanu estava na festa trance SUPERNOVA Universo Paralello Edition, que tinha o pai de Alok como uma das atrações, junto a um grupo de amigos quando os militantes palestinos cercaram o evento. Segundo relatos locais, algumas pessoas conseguiram fugir ou escapar para bunkers, enquanto outras foram executadas ou sequestadas. O conflito já soma mais de 900 mortos
Em relato ao O DIA, uma amiga de Valeanu, que pediu para não ser identificada, confirmou que a jovem ainda não foi encontrada apesar dos boatos de que teria sido levada para um hospital. Natural do Rio de Janeiro e moradora de Petah Tikva, próximo à capital israelense, a carioca chegou a entrar em contato por Whatsapp e relatar como aconteceu a invasão palestina na rave, que contava com cerca de 3 mil participantes. 
"Não estava com eles na rave, mas a última vez que falei com a Bruna foi ontem (sábado) de manhã. Ela me disse que estava no meio do tiroteio. Vários terroristas conseguiram invadir Israel arrebentando um portão e cercas com um trator e rave era bem perto da Faixa de Gaza", conta a amiga de Bruna. 
Ela ainda afirma que os militantes do Hamas avançaram pelo sul do território israelense e começaram a atirar a esmo contra as pessoas presentes na rave.
"Então no caminho para as cidades no Sul de Israel, eles passaram pela rave e começaram a atirar em todo mundo. Não se sabe ao certo quantas pessoas foram feridas, assassinadas ou sequestradas para dentro da Faixa de Faza. Parecia um filme de terror", pontua. 
A presença de outros dois brasileiros no evento foi confirmada pelo Itamaraty. O gaúcho Ranani Glazer, de 24 anos, chegou a conseguir fugir do ataque inicial dos militantes do Hamas e se refugir em um bunker, mas o local foi posteriormente invadido e, desde então, o jovem não tem respondido mais os contatos de familiares e amigos.
Já Rafael Zimerman foi resgatado pelas forças de segurança de Israel e levado de helicóptero ao hospital de Haifa. Segundo Felipe Jurek, amigo do brasileiro, ele foi encontrado em estado de choque, dentro de um bunker, e teria visto pessoas queimando e levando tiro durante o ataque ao evento. 
Uma quarta brasileira, chamada Karla Stelzer, foi reportada como desaparecida nas redes sociais, mas não há informações oficiais sobre sua atual situação.
Alok se pronuncia sobre a situação do pai
Pai de Alok, o DJ Juarez Petrillo seria uma das atrações do evento antes do início dos bombardeios do Hamas. Em comunicado nas redes sociais, o artista brasileiro afirmou que a região, localizada no sul de Israel, historicamente recebe festivais a ponto de outro acontecer ali com o mesmo perfil e mesmo local, no dia anterior. Ele ainda garantiu que Petrillo "está seguro em um bunker aguardando direcionamento para retornar ao Brasil".
"Na região historicamente fazem eventos, inclusive no dia anterior houve outro festival com o mesmo perfil e NO MESMO LOCAL. Todas essas informações fiquei sabendo hoje após inúmeras tentativas de contato", explicou o Alok nas redes sociais.
Conhecido como Swarup, Petrillo é criador e produtor do festival de trance Universo Paralello, que acontece desde 1999 e está em turnê mundial com previsão de acontecer no Brasil na virada de 2023 para 2024, e registrou imagens na madrugada de sábado do evento interrompido após os bombardeios. Ele ainda contou, em publicações no Instagram, que era para estar tocando no momento do ataque, mas houve um atraso na escala dos shows.
"Estou em choque até agora! E as bombas não param de explodir. (...) Foi a primeira vez que acontece isso, nunca uma festa parou assim! Sei nem o que dizer", contouo DJ, que estava programado para tocar em três sets e precisou fugir as pressas do local.
*Matéria do estagiário Rodrigo Glejzer, sob a supervisão de Marcela Ribeiro