Federação Israelita do Estado de São Paulo realiza ato na Praça Centenário de IsraelPaulo Pinto/Agência Brasil
No bairro paulistano de Higienópolis, organizado pela Federação Israelita do Estado de São Paulo, foi feito o ato "Com Israel contra o Terrorismo", na Praça Centenário de Israel, na região da Consolação.
“A principal mensagem da nossa manifestação é a solidariedade a Israel. É um ato de basta ao terrorismo. Solidariedade aos irmãos que estão em Israel e o fim do terrorismo, o direito de Israel se defender”, destacou o presidente-executivo da Federação Israelita do Estado de São Paulo, Ricardo Berkiensztat.
De acordo com Berkiensztat, o estado de Israel deverá dar, nos próximos dias, uma resposta contundente ao ataque do grupo palestino, “para tentar eliminar o maior número possível de terroristas do Hamas”.
“A partir daí, eu acho que dá para você pensar numa negociação, uma negociação de dois Estados, os dois Estados seguros. Agora, realmente, que eles aceitem que Israel tem que existir, porque até agora só se pergunta a Israel se ele aceita dois Estados. Ninguém perguntou ao Irã ou ao Hamas se eles aceitam dois Estados, porque a resposta vai ser negativa”.
Solidariedade ao povo palestino
“A Palestina é uma causa da humanidade. É onde nasceram todas as religiões do mundo. Palestinos respeitam todas as religiões do mundo. A gente repudia os atos de sionismo [movimento político que impulsionou a criação do Estado de Israel] por parte de Israel”, disse Khaled Nasser, da Sociedade Árabe Palestina em Brasília.
O presidente do Instituto Brasil Palestina, Ahmed Shehada, agradeceu o apoio de brasileiros ao povo palestino. Ele contou que irmãos, filhos e netos estão na Faixa de Gaza, região mais afetada pelo conflito, e tem mantido contato com eles com dificuldade, pois estão sem água, energia e internet, estruturas que foram destruídas.
“Meus filhos, netos e irmãos estavam vivos até umas horas atrás. Agora, ninguém garante que estarão vivos daqui uma hora. Meus netos não tinham água desde ontem para beber”, relatou Shehada, que vive há 15 anos no Brasil.
Em São Paulo, a manifestação em solidariedade ao povo Palestino foi realizada em frente ao Centro Cultural e restaurante Palestino Al Janiah, no Bixiga. A jornalista palestino-brasileira, coordenadora da Frente em Defesa do Povo Palestino e diretora cultural do Instituto da Cultura Árabe, Soraya Misleh, destacou que os palestinos têm sido oprimidos pelo estado de Israel há décadas.
“Mas a forma como nos retratam, parece que não há esse contexto histórico e que a violência não está nas mãos sujas de sangue de Israel”, acrescentou. De acordo com Misleh, o caminho para a paz passa pelo reconhecimento de que Israel pratica um apartheid – regime violento de segregação racial – contra os palestinos.
“Esperamos o reconhecimento do regime de apartheid e que se promova de imediato um embargo militar, que se rompam os acordos com Israel. Esse é o que nós estamos pedindo faz anos. Não há paz sem justiça. É preciso garantir a justiça e os direitos humanos fundamentais para os palestinos. Inclusive o direito de retorno”, ressaltou.
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