Presidente da República, Luiz Inácio Lula da SilvaValter Campanato/Agência Brasil
PGR é contra pedido para investigar Lula por relógio de luxo: 'Viés político'
Pedido de investigação foi feito pelo deputado Rodrigo Valadares (União-SE)
A Procuradoria-Geral da República (PGR) defendeu o arquivamento de um pedido para investigar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por ter ficado com relógios de luxo e um colar de ouro branco recebidos no primeiro mandato.
O pedido de investigação foi feito pelo deputado Rodrigo Valadares (União-SE). Ele defendeu que Lula fosse investigado junto com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A Polícia Federal apura se Bolsonaro e seus aliados desviaram e venderam presentes diplomáticos que deveriam ter sido incorporados ao acervo da União.
O subprocurador-geral da República Carlos Frederico Santos defendeu, em parecer enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), que não há elementos para investigar o presidente.
"Afigura-se necessário estabelecer filtragens a petições com claro viés político, que pretendem causar confusão jurídica e incriminar opositores por meio de conjecturas e abstrações desprovidas de elementos mínimos", escreveu.
A manifestação da PGR foi enviada ao gabinete do ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, que ainda não despachou.
Como mostrou o Estadão, Lula ficou com três relógios - um Piaget, avaliado em R$ 80 mil, um Cartier Santos Dumont, que custa cerca de R$ 60 mil, e um relógio suíço folheado em prata. Além desses três relógios, o presidente ficou com um colar de ouro branco.
Os presentes recebidos nos primeiros mandatos (2003-2010) se tornaram objeto de um processo no Tribunal de Contas da União (TCU) e de uma ação da Operação Lava Jato. Os itens ficaram conhecidos como as 'tralhas' de Lula. O termo foi usado pelo próprio petista para se referir aos objetos em um depoimento prestado na investigação. Lula move um processo para tentar reaver partes dos presentes.
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.