Segundo relatório, colegas de ala, um médico e outro dentista, tentaram reanimar Cleriston após o mal subitoReprodução
Segundo a Defensoria, os presos disseram às duas defensoras públicas presentes na vistoria que o atendimento a Cleriston foi demorado, que não havia desfibrilador na Papuda, tampouco cilindro de oxigênio.
O relatório da Defensoria informa que os presos "contaram que estavam reunidos no pátio, durante o banho de sol, quando Sr. Cleriston Pereira da Cunha começou a passar mal. Contaram, ainda, que a policial penal, que tomava conta deles, entrou em desespero por não saber como apoiar e passou a enviar mensagens, solicitando ajuda.
Cleriston sofria de problemas de saúde e tinha um parecer da PGR favorável à sua soltura. Enquanto estava detido preventivamente na penitenciária, ele recebia remédios controlados para diabetes e hipertensão e era acompanhado por uma equipe médica.
Por conta da sua condição física, a defesa de Cleriston havia pedido ao ministro do STF Alexandre de Moraes para que ele fosse colocado em liberdade provisória. No dia 1º de setembro, a PGR deu parecer favorável ao pleito, mas ainda não havia um despacho do STF sobre a solicitação.
Segundo os relatos dos presos, Cleriston "estava tão fragilizado que, algumas vezes, era levado com ajuda dos colegas ao banho de sol, já que há uma regra no presídio que nenhum preso pode ficar sozinho na cela enquanto os outros vão ao banho de sol".
Médica alertou para risco de morte
No dia 11 de janeiro, a médica Tania Maria Liete Antunes de Oliveira, do Hospital Regional de Taguatinga, pediu "agilidade na resolução do processo legal" de Cleriston alegando que o detento corria risco de morte por imunossupressão e infecções, diante de seu quadro de saúde.
De acordo com ela, o preso era acompanhado há cerca oito meses por um quadro de "vasculite múltiplos vasos" e "miosite secundária à covid-19". Em 2022, ele ficou internado por 33 dias para tratar complicações do estado de saúde.
"Em função da gravidade do quadro clínico, risco de morte pela imunossupressão e infecções, solicitamos a agilidade na resolução do processo legal do paciente", escreveu.
Como era o atendimento médico na penitenciária?
De acordo com registros da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária do Distrito Federal, Cleriston recebeu oito atendimentos médicos entre janeiro e agosto. No dia 29 de maio, o detento chegou a ser levado ao Hospital Regional da Asa Norte. Os demais atendimentos ocorreram em consultórios da própria penitenciária.
Desde que foi preso, Cleriston recebeu medicamentos controlados para hipertensão e diabetes enviados pela defesa. Em fevereiro, ele chegou a recusar os remédios afirmando que não precisava mais da medicação. Em abril, o detento voltou a receber medicamentos.
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