PF contou com o apoio de outros órgãos policiaisDivulgação/Polícia Federal

Dois homens na manhã desta quarta-feira (29) após entrar em confronto com a Polícia Federal na Bahia. A corporação realiza, junto à Polícia Civil e Militar, uma operação para prender criminosos envolvidos na morte de um policial federal em setembro. Um dos suspeitos foi morto no bairro de Paribe, em Salvador. O outro morreu na cidade de Abrantes, na Região Metropolitana.
A Operação Temporal, com o objetivo de cumprir 20 mandados judiciais contra membros de organização criminosa que participaram do assassinado de Lucas Caribé. A ação policial acontece em Salvador e em outras áreas da Região Metropolitana.
Os investigados responderão pelos crimes de homicídio qualificado e organização criminosa, cujas penas somadas pode chegar a 38 anos de prisão. A PF informou que continuará a apuração na tentativa de identificar e localizar todos os criminosos que participaram direta ou indiretamente no assassinato. 
Além disso, os investigados seriam responsáveis por diversos crimes no estado. Somando todas as subdivisões policiais, a PF conta com o apoio da FICCO/BA, BOPE, CHOQUE, PATAMO, CIPE/POLO/PM, RONDESP ATLÂNTICO, CORE/PC e DHPP/PC.
Ordem para o crime
As investigações revelaram que a ordem para invasão do bairro de Valéria, que resultou no confronto, partiu de uma liderança de facção que está presa há mais de um ano. Ainda, constatou-se durante as investigações que o ataque aos Policiais no dia 15/09/2023 teve participação de mais de 50 criminosos fortemente armados.
Crise na Segurança Pública
A Bahia vive uma crise na Segurança Pública e tem sofrido com altos índices de violência urbana e letalidade policial nos últimos anos. Algumas operações policiais foram realizadas no estado neste ano ara tentar coibir as organizações criminosas que se instalaram na Bahia, principalmente ligadas ao tráfico ou à milícia.
Para o professor do curso de Ciências Sociais da PUC Minas e coordenador do Centro de Estudos e Pesquisas em Segurança Pública (Cepesp/PUC Minas) Luís Flávio Sapori, a disputa entre as facções, aliada à política de segurança voltada para o confronto levam a uma busca por armamentos mais pesados. Isso pode ser evidenciado pela quantidade de fuzis apreendidos este no na Bahia. Entre janeiro e setembro, as forças de segurança apreenderam 48 armas deste tipo.

“As evidências apontam claramente para um poderio bélico armamentista muito preocupante. Armas de fogo de grosso calibre como fuzis, de alguma maneira já estão penetrando, tendo maior disseminação entre os grupos traficantes de várias cidades baianas, inclusive Salvador e sua região metropolitana. Isso agrava a violência e o poderio, aumenta a probabilidade de maior desfecho letal dos conflitos'', disse Sapore em entrevista à Agência Brasil.