O cantor Alexandre PiresReprodução/Instagram

Rio - O cantor Alexandre Pires foi alvo de uma operação de Polícia Federal que busca desarticular um esquema de financiamento e logística ao garimpo ilegal na Terra Indígena Ianomâmi. O artista, segundo o inquérito, teria recebido ao menos R$ 1 milhão de uma mineradora investigada. 
A notícia com o nome do artista mineiro foi dada primeiramente pelo Metrópoles. Sem citar nomes, a PF diz em nota que o "esquema contaria, ainda, com um empresário do ramo musical, de expressão nacional, que seria um dos responsáveis pelo núcleo financeiro dos crimes, bem como um cantor, que teria recebido ao menos um milhão de reais de uma mineradora investigada".
O DIA procurou a assessoria do artista e não obteve retorno até o momento. Segundo o Metrópoles, a PF realizou um mandado de busca e apreensão, nesta segunda-feira, 4, no cruzeiro onde o cantor se apresentava, no litoral de Santos.
O mini cruzeiro que levou o nome do cantor aconteceu de sexta até hoje e recebeu shows de famosos como Zeca Pagodinho, Lulu Santos, Alcione, Diogo Nogueira e Dennis DJ.
Na operação da PF, chamada Disco de Ouro, são cumpridos dois mandados de prisão e seis de busca e apreensão, expedidos pela 4ª Vara Federal da Seção Judiciária de Roraima, em Boa Vista e Mucajaí, em Roraima, além de São Paulo e Santos (SP), Santarém/PA, Uberlândia/MG e Itapema/SC. Ainda segundo a nota da polícia, "também foi determinado o sequestro de mais de R$ 130 milhões dos suspeitos".
Desdobramento de uma ação da PF deflagrada em 2022
Essa operação é um desdobramento de uma ação da PF deflagrada em janeiro de 2022. Na ocasião, 30 toneladas de cassiterita extraídas da Terra Indígena Yanomami foram encontradas na sede de uma empresa investigada e seriam preparadas para remessa ao exterior.

O esquema seria voltado para a “lavagem” de cassiterita retirada ilegalmente da tribo indígena, no qual o minério, conforme o inquérito policial, seria declarado como originado de um garimpo regular no Rio Tapajós, em Itaituba/PA, e supostamente transportado para Roraima para tratamento.
As investigações apontam ainda que tal dinâmica acontecia apenas no papel, já que o minério seria originário do próprio estado de Roraima.

"Foram identificadas transações financeiras que relacionariam toda a cadeia produtiva do esquema, com a presença de pilotos de aeronaves, postos de combustíveis, lojas de máquinas e equipamentos para mineração e laranjas para encobrir movimentações fraudulentas.", diz a PF.