Ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, defendeu na COP-28 fim da dependência de combustíveis fósseis Rafiq Maqbool

A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, afirmou neste sábado, 9, que é "imperativo" eliminar a dependência dos combustíveis fósseis, mas ponderou que os países ricos precisam liderar o processo.
Marina discursou durante reunião ministerial de alto nível na 28ª Conferência das Nações Unidas para Mudanças Climáticas (COP28), em Dubai. Em sua fala, a ministra disse ainda que o mundo precisa agir com "sentido de urgência" diante do aquecimento global.
Na última semana, o Brasil foi questionado devido a sua postura na COP28, que tem sido vista como dúbia por ambientalistas. Ao mesmo tempo em que tenta retomar protagonismo na agenda ambiental global, o país anunciou, durante a COP28, que integraria a Opep+, grupo da Organização dos Países Produtores de Petróleo.
"É imperativo eliminar o mais rápido possível a dependência de nossas economias dos combustíveis fósseis", disse a ministra. Segundo Marina, é preciso que os países aumentem o ritmo do desenvolvimento de energias renováveis e que os produtores e consumidores de petróleo tirem o pé do acelerador das energias fósseis. "O esforço é de todos, mas os países desenvolvidos devem liderar esse processo de implementação", destacou.
Essa tem sido a linha do Brasil nas negociações da COP28. O País não pretende bloquear linguagens ousadas sobre o fim do uso de combustíveis fósseis caso elas apareçam, mas, neste momento, a posição é que, caso haja um objetivo comum de redução do uso desses recursos, esse processo comece pelos países ricos. "Nenhum país estará seguro sozinho e é preciso agir com sentido de urgência", disse.
A ministra defendeu que haja na Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (UNFCCC) uma instância específica para discussão sobre combustíveis fósseis e a transição energética.
Marina disse que é preciso que todas as nações se esforcem para garantir a manutenção da temperatura do planeta abaixo de 1,5° em relação aos níveis pré-industriais. "Todos teremos que fazer concessões, mas essas concessões não podem comprometer o compromisso de 1,5ºC", defendeu.