O ex-ministro Mendonça Filho é um dos articuladores do plano de união da centro-direitaValter Campanato/Agência Brasil
Bivar vinha de um processo de disputas, brigas e intrigas desde a fusão entre PSL e DEM, que aconteceu há dois anos. Rueda — que terá um mandato até 2028 — tem laços mais fortes com o grupo do antigo Democratas e assumirá com o projeto de delinear estratégias, estimular novas filiações e já organizar o União para as eleições municipais de prefeitos e vereadores em outubro.
A legenda é o terceira na relação das que mais recebem recursos do fundo partidário. De janeiro a setembro, a legenda obteve R$ 71 milhões, atrás apenas justamente do PL (R$ 100 milhões) e do PT (R$ 83 milhões), que encabeçam a polarização.
Plano
O plano pretende reorganizar grupos do antigo PFL, DEM, mas está aberto ao PSDB e PP e acena principalmente aos tucanos de centro que viram o partido minguar nos últimos anos. "Somos um grupo liberal, com algumas ideias conservadoras, mas não como o bolsonarismo", define Mendonça Filho.
São ideias e propostas para serem defendidas por esse grupo ideológico que ficou à margem da política nacional com a polarização registrada nos últimos anos entre PT e o bolsonarismo. Passam por questões como segurança, um tema que o governador de Goiás trata com extrema atenção e sobre o qual costuma apontar falhas na política nacional, como, a "liberalidade com que se trata o crime organizado" por exemplo, até a reforma trabalhista e a base nacional curricular.
"A política e o Brasil foram dragadas por essa combinação de extrema-direita-esquerda. Temos que recuperar nosso espaço, que não é nem o petismo nem a direita do ex-presidente Jair Bolsonaro", diz Mendonça Filho. No governo Bolsonaro, parlamentares do DEM e do PSL participaram tanto do ministério quanto da base de apoio do governo no Congresso.
Inelegibilidade de Bolsonaro provoca reorganização
Ao tornar Jair Bolsonaro inelegível pelos próximos anos, a Justiça eleitoral deu o passo que fez a centro-direita começar a se reorganizar. Abriu-se um espaço para aqueles que concordavam com o projeto liberal na economia, mas discordavam da forma de Bolsonaro agir.
Mas, até lá, primeiro será preciso convencer o governador de São Paulo. Não só porque se estiver bem no governo e Lula for candidato à reeleição, ele tem dito reservadamente que prefere disputar mais um mandato, como também porque será difícil para alguém que foi e, aparentemente, ainda é tão próximo de Bolsonaro, descartar o ex-presidente. Sem falar que Bolsonaro deve ser o maior eleitor da direita em 2026.
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