Samuel (esquerda) e Kennedy (direita) seguiram os passos do pai na Polícia MilitarReprodução

O soldado da Rota Samuel Wesley Cosmo, 35 anos, foi baleado e morto na tarde de sexta-feira, 2, durante patrulhamento na Praça José Lamacchia, no bairro Bom Retiro, em Santos, litoral de São Paulo. Ele chegou a ser socorrido e levado para Santa Casa, mas não resistiu aos ferimentos.
Filho do agente da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) Marcos Cosmo, Samuel é irmão de Kennedy Cosmo, policial militar também morto por bandidos em emboscada. Em 2018, o mais novo da dupla saía do estacionamento do 41º Batalhão Metropolitano da Polícia Militar (BPM) em Santo André, no ABC Paulista, quando foi atingido por quatro disparos. Ele foi levado ao Centro Hospitalar, mas faleceu no mesmo dia.
Já Samuel Cosmo estava realizando uma patrulha em uma comunidade de Santos quando iniciou perseguição contra três suspeitos. Segundo as imagens obtidas da câmera corporal do soldado, ele atravessava algumas vielas ao lado de dois colegas quando avista um dos alvos e puxa uma pistola. Em seguida, a vítima é atingida com um tiro no olho direito e cai desacordada.
De acordo com Sindicato dos Policiais Civis do Distrito Federal (Sinpol-DF), três criminosos foram presos. No local da ocorrência, a polícia apreendeu um celular, um carregador de pistola e um estojo de munição 9mm. O caso é investigado pela Delegacia de Homicídio de Santos.
Cosmo foi enterrado no Mausoléu da Polícia Militar, no cemitério de Araçá, na Zona Oeste paulista. O ex-presidente Jair Bolsonaro esteve presente na cerimônia, mas não deu declarações a impresa sobre o caso. O Governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e o secretário de de Segurança Pública do Estado, Guilherme Derrite também compareceram.
Operação Escudo
A morte de Cosmo ocasionou em uma nova ação da Operação Escudo em Santos e São Vincente. No sábado, dois suspeitos foram mortos e um policial baleado de raspão no braço. Segundo a Polícia Militar, ambos teriam reagido a abordagem e, por isso, "neutralizados". Os casos foram registrados como resistência, drogas sem autorização ou em desacordo, posse/porte ilegal de arma de fogo e morte decorrente de intervenção policial.
No fim de julho do ano passado, o soldado Patrick Bastos Reis, também da Rota, foi morto durante patrulha no Guarujá. A morte de Reis provocou a deflagração da primeira fase da Operação Escudo, que durou 40 dias e terminou com 28 mortes, com denúncias de entidades contra supostos casos de execução e tortura, o que foi negado pela SSP.
Recentemente, novas etapas da Operação Escudo foram desencadeadas em outras localidades do Estado, como o ABC Paulista, Guarulhos, Piracicaba e a zona sul da capital paulista, onde uma policial militar foi morta após ser atingida por disparo de arma de fogo em assalto.
*Com informações do Estadão Conteúdo