Um homem segura a mulher acusada e tenta levá-la para fora da lojaReprodução / Internet
Justiça da Bahia proíbe mulher acusada de ataque antissemita de deixar Arraial D’Ajuda
Ana Maria Leiva Blanco também está proibida de manter contato a vítima; à TV, ela diz que se 'arrepende muito'
O Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) proibiu a mulher acusada de ataque antissemita contra uma comerciante judia de deixar Arraial d’Ajuda, distrito do município de Porto Seguro, até que as investigações sobre o caso sejam concluídas. De acordo com o processo a que o Estadão teve acesso, a corte ainda determinou que a suspeita, Ana Maria Leiva Blanco, seja proibida de frequentar a loja onde aconteceu o caso e de manter contato com a vítima. A mulher também deverá se apresentar à Justiça de forma bimestral pelos próximos seis meses.
O Estadão tenta localizar a defesa da acusada para comentar a decisão da Justiça. Ana Maria, que é chilena, disse à TV Bahia que se "arrepende muito" pelo ato. "Isso aqui não tem nada a ver com intolerância religiosa, tem a ver com uma coisa política. Ela (comerciante) pensa de um jeito, eu penso do outro e ela quer que eu pense do jeito dela. Se alguma pessoa do povo judeu se sentiu ofendida com minhas palavras, eu peço desculpa também, mas isso aqui é um fato pessoal", declarou.
Imagens divulgadas em redes sociais mostram quando a acusada avança contra a lojista Herta Breslauer, de 54 anos, e a chama de "sionista, assassina de crianças". O caso aconteceu na sexta-feira, 2. Um homem segura a mulher e tenta levá-la para fora da loja, mas ela derruba objetos das prateleiras e tenta avançar contra a comerciante. "Sionista, assassina de crianças. Eu vou te pegar, maldita sionista", grita a mulher.
Ana Maria foi ouvida pela Polícia Civil, que abriu inquérito para apurar possíveis crimes de racismo, injúria, grave ameaça e dano qualificado, além da tentativa de lesão corporal. Não houve pedido de prisão, mas o juiz Armando Duarte Mesquita Júnior, do plantão judiciário, acatou as medidas cautelares.
Em nota, a Polícia Civil da Bahia informou que, no interrogatório, a investigada confessou os xingamentos, mas negou ser antissemita ou terrorista. Alegou que já conhecia a vítima e teria sido provocada por esta antes dos fatos, tendo sido chamada de terrorista e acusada de ter abandonado um filho. Ainda conforme o interrogatório, ela faz uso de remédio controlado e teve um ataque de fúria ao passar em frente à loja da vítima.
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