Avião da FAB Reprodução
Ex-comandante da FAB, tachado de traidor, diz que amigos foram derrotados por 'ambições'
Brigadeiro Carlos Alberto Baptista Júnior aparece citado em documentos de operação da PF como não tendo apoiado tentativas de golpe
O brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Júnior, que comandou a Aeronáutica durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, além de sair "ileso" da Operação Tempus Veritatis, da Polícia Federal (PF), também foi às redes sociais criticar "aqueles que julgava amigos". Mesmo apoiando o ex-presidente, Baptista Júnior foi criticado por membros do governo - como o ex-ministro da Defesa Walter Braga Netto - por não estar alinhado com os planos do Executivo, mesmo após a derrota de Bolsonaro.
"'A ambição derrota o caráter dos fracos. Aliás, revela'. Já tendo passado dos 60 anos, não tenho mais o direito de me iludir com o ser humano, nem mesmo aqueles que julgava amigos e foram derrotados pelas suas ambições", escreveu Baptista Júnior nesta sexta-feira, 9.
Conforme revelou a PF, havia dentro do governo Bolsonaro uma insatisfação com o então comandante da FAB. As críticas eram encabeçadas por Braga Netto, candidato a vice na chapa de Bolsonaro. Em mensagens do ex-ministro reveladas pela operação da PF, Braga Netto incentiva um movimento de críticas ao militar
"Senta o pau no Baptista Júnior. Povo sofrendo, arbitrariedades sendo feitas e ele fechado nas mordomias. negociando favores. Traidor da Pátria. Daí para frente. Inferniza a vida dele e da família", escreveu Braga Netto ao coronel reformado do Exército Ailton Barros. "Elogia o [o ex-comandante da Marinha, almirante Almir] Garnier e f... o BJ (Baptista Júnior)", continuou.
Braga Netto também compartilhou com Ailton Barros uma série de imagens com críticas ao então comandante da Aeronáutica. Tanto Braga Netto como Ailton foram alvo de busca e apreensão em operação da PF.
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