O prefeito de São Paulo, Ricardo NunesRovena Rosa/Agência Brasil
Nunes usa restrição imposta a Bolsonaro para ampliar debate sobre escolha do vice
Alvo de operação da Polícia Federal que investiga uma tentativa de golpe no País, Bolsonaro foi proibido por Moraes de conversar com outros citados no inquérito, como o presidente do PL, Valdemar Costa Neto
Brasília - A campanha à reeleição do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), vai aproveitar a restrição imposta pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes a Jair Bolsonaro (PL) para abrir novas negociações sobre o vice da chapa e isolar a indicação do ex-presidente.
Alvo de operação da Polícia Federal que investiga uma tentativa de golpe no País, Bolsonaro foi proibido por Moraes de conversar com outros citados no inquérito, como o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e o general Braga Netto.
A situação do PL se complicou porque, durante operação de busca e apreensão da Polícia Federal, na quinta-feira, Valdemar foi preso em flagrante por posse ilegal de arma. A PF também encontrou com ele uma pepita de ouro com origem em garimpo e valor estimado de R$ 12 mil. Moraes converteu a prisão para preventiva. O presidente do PL já havia sido preso em 2013, condenado no caso do mensalão.
Valdemar dirige o partido com mão de ferro e é quem cuida das alianças municipais. A meta do PL é eleger mil prefeitos neste ano para conseguir fazer uma bancada federal mais forte em 2026
Coronel
Até agora, Bolsonaro tem condicionado o apoio a Nunes à indicação do vice na chapa. Antes de ser alvo de busca e apreensão da PF, o ex-presidente escolheu o coronel da reserva da Polícia Militar de São Paulo Ricardo Mello Araújo para fazer dobradinha com Nunes.
Araújo comandou a Rota e a indicação foi feita levando em conta que segurança é uma das principais preocupações do eleitor. Apesar da pressão de Bolsonaro, o prefeito disse que não há decisão tomada sobre a vaga de vice.
A estratégia traçada pelo prefeito para rebater a tentativa do candidato do PSOL, Guilherme Boulos, de nacionalizar a disputa - como se fosse um terceiro turno entre Lula e Bolsonaro - é mostrar que a "frente ampla" está a seu lado.
Atualmente, dez partidos o apoiam, entre eles o PP, o PSD e o Republicanos. Todas essas legendas integram a base do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Congresso. A expressão foi usada pela campanha do petista, em 2022.
O Estadão apurou que nem Nunes nem seus aliados gostaram do vice indicado por Bolsonaro e a ideia é procurar outro nome, na esteira da crise que atinge o ex-presidente.
Na prática, a equipe de Nunes quer manter "distância regulamentar" do ex-presidente, mas depende do PL.
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