Dia Mundial das Doenças Raras é celebrado em 29 de fevereiroReprodução
Há cerca de 7 mil doenças raras catalogadas, sendo 80% de origem genética e 20% de causas infecciosas, virais ou degenerativas, e 75% delas acomete crianças e jovens. Elas são caracterizadas pela baixa prevalência e têm uma média de espera diagnóstica de 5 anos, pois podem ser confundidas com outras doenças mais comuns, devido a inespecificidade de sintomas. A seguir, respostas às perguntas mais frequentes sobre as doenças raras.
As doenças raras são crônicas?
Em sua maioria, as doenças raras são crônicas, progressivas e incapacitantes. Por isso, a antecipação e precisão diagnósticas são fundamentais para evitar ou postergar a progressão dessas doenças, podendo impactar positivamente na qualidade de vida dos pacientes, familiares e redes de apoio, além da sobrevida das pessoas raras.
As doenças raras têm cura?
A maioria das doenças raras não têm cura. Entretanto, entre os tratamentos existentes, quase 10% deles são capazes de interferir na progressão dessas doenças, entre eles os medicamentos órfãos. Os outros 90% se referem a medicamentos paliativos e serviços de reabilitação, que tratam os sintomas. Durante o mês de fevereiro, associações de pacientes, sociedades médicas, setores público e privado e sociedade em geral se unem em prol do cuidado integral dessas pessoas.
As doenças raras são hereditárias?
Estudos indicam que cerca de 80% das doenças raras têm origem genética e 20% são de causas infecciosas, virais ou degenerativas. É importante diferenciar que doenças genéticas são causadas por mutações que podem ser adquiridas em algum momento da vida ou hereditárias, herdadas dos pais.
Qual a diferença entre doenças raras e ultrarraras?
A diferença entre as doenças raras e ultrarraras deve-se em relação à prevalência: as raras acometem cerca de 65 a cada 100 mil indivíduos, enquanto as ultrarraras, como a Síndrome Hemolítica Urêmica atípica (SHUa) e a Hemoglobinúria Paroxística Noturna (HPN), acometem 1 a cada 50 mil indivíduos[9].
Há sintomas em comum entre as doenças raras?
Cada doença rara é única, tem diferentes manifestações e deve ser tratada por sua respectiva especialidade médica. Embora tenham fisiopatologias e sintomas diferentes, a SHUa, a Miastenia Gravis generalizada (MGg), a HPN e o Distúrbio do Espectro da Neuromielite Óptica (NMOSD) têm em comum a desregulação do sistema complemento, componente chave do sistema de imunidade inata, e responsável por proteger o corpo contra patógenos invasores, que podem gerar infecções e outras doenças.
Qual o médico devo buscar em caso de suspeita de uma doença rara?
Como diversas doenças raras acometem crianças – 1 em 2 pacientes diagnosticados -, o acompanhamento pré-natal é fundamental para a prevenção ou detecção de algumas condições. Outras doenças podem ser monitoradas por meio de acompanhamento regular no desenvolvimento da criança: caso haja infecções de repetição, problemas alimentares ou alterações cognitivas ou motoras, é indicada a investigação da causa.
Para a população adulta, o paciente deve ser encaminhado para investigação com especialista ou para emergência de acordo com o quadro clínico apresentado. Alguns exemplos de especialidades médicas e de quais enfermidades tratam:
- Neurologia: MGg e NMOSD
- Oncopediatria e geneticista: neurofibromatose tipo 1
- Hematologia: HPN
- Nefrologia : SHUa
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