Surto inicial da doença costuma ser agressivoDivulgação
"Por muito tempo, a NMOSD foi entendida como um tipo de esclerose múltipla mais agressiva. Esse conceito mudou em 2004, a partir da descoberta do biomarcador específico que diferencia a doença da EM, o anticorpo aquaporina-4 (AQP4). A data de conscientização é fundamental para ampliar a visibilidade sobre essa doença grave, ainda pouco conhecida inclusive entre médicos", alerta Milena Pitombeira, neurologista com especialização em neuroimunologia pelo Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo.
A NMOSD é uma doença rara com maior prevalência em mulheres afrodescendentes e asiáticas, principalmente entre 30 e 40 anos. Aproximadamente 75% dos pacientes possuem o anticorpo AQP4, que gera a ativação do sistema imune de maneira inadequada, atacando células e tecidos saudáveis do sistema nervoso central (SNC) . As regiões mais comumente afetadas são o nervo óptico, a medula espinhal e/ou o cérebro.
"Uma das manifestações iniciais da doença, chamada síndrome da área postrema, gera sintomas inespecíficos como náuseas, vômitos ou soluços persistentes – e que leva o paciente a buscar uma emergência ou a gastroenterologia, enquanto trata-se de uma lesão no sistema nervoso central", informa Pitombeira. Durante o surto, o paciente pode manifestar cegueira parcial ou completa, no caso da neurite (inflamação do nervo óptico) ou formigamento nas pernas e/ou braços ou até mesmo paralisia, no caso da mielite (inflamação na medula espinhal).
O surto inicial da doença costuma ser agressivo e poder gerar lesões neurológicas irreversíveis caso não seja diagnosticada rapidamente. O diagnóstico pode ser realizado por um neurologista por meio do exame para detecção de anticorpos anti-aquaporina-4, presente na maior parte dos pacientes com NMOSD.
Complementar ao exame do biomarcador, é feita avaliação clínica dos sintomas, ressonância magnética e identificação de padrões da apresentação da doença, como o tamanho e a localização das lesões causadas por danos nos tecidos.
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