Presos fugiram do presídio federal de Mossoró no dia 14 de fevereiro e ainda não foram recapturadosSNPP/Divulgação
Sem encontrar fugitivos, Força Nacional deixa de atuar nas buscas em Mossoró
Na prática, os cerca de 500 agentes que estavam empenhados em trabalhos de campo para encontrar os dois detentos deixarão de ser mobilizados
O trabalho das Forças Nacionais na busca pelos dois fugitivos da Penitenciária Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, será encerrado hoje, informou o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP). Segundo a pasta, que coordena os esforços da captura dos foragidos desde 14 de fevereiro, quando Rogério Mendonça e Deibson Nascimento escaparam da prisão, o foco agora será em "ações de inteligência".
Na prática, os cerca de 500 agentes que estavam empenhados em trabalhos de campo para encontrar os dois detentos deixarão de ser mobilizados. Segundo André Garcia, secretário nacional de Políticas Penais (Senappen), as ações para recaptura serão feitas com mais intensidade pelas polícias do Rio Grande do Norte, com apoio da Polícia Rodoviária Federal e da Força Nacional Penal, que seguem na cidade potiguar.
A fuga foi a primeira da história a ocorrer em um presídio federal de segurança máxima. Forças policiais foram mobilizadas e a operação para recapturar a dupla chegou a ter cerca de 500 agentes da Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Penal Federal, Força Nacional e Corpo de Bombeiros, além de PMs dos Estados de Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí, Paraíba e Goiás, se revezando em turnos, dia e noite. Passados mais de 40 dias, os esforços das forças policiais envolvidas na recaptura não foram suficientes para alcançar os dois fugitivos. Mendonça e Nascimento, apontados como integrantes do Comando Vermelho (CV), seguem foragidos.
Em nota, o MJSP afirma que, agora, a operação "entra numa segunda fase, focada em ações de inteligência", e que essas ações ocorrem no âmbito da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (Ficco), composta por PF, Polícia Civil, PRF, PM e Polícia Penal.
CRÍTICAS
A pasta não esclarece os motivos da retirada da Força Nacional e a mudança de estratégia. Especialistas em operações policiais ouvidos pelo Estadão eram críticos ao tamanho do efetivo mobilizado. Para eles, o deslocamento de muitos agentes para a única função de achar os fugitivos, além de ser caro, desprotegia outros locais que dependiam da atuação de forças policiais.
André Garcia, da Senappen, disse que, "neste momento, o mais importante é o foco nas investigações da PF", mas afirmou que a Força Nacional Penal também seguirá em Mossoró para reforço da segurança na unidade prisional e apoio aos efetivos locais.
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.