Elon Musk, dono do XAFP
O requerimento solicita a investigação sobre a aplicação dos recursos públicos e uma avaliação do programa de conectividade de escolas, que envolve o Ministério das Comunicações, da Educação, a Entidade Administradora da Conectividade de Escolas (EACE) e o Grupo de Acompanhamento do Custeio a Projetos de Conectividade de Escolas (Gape).
O texto afirma que, em abril de 2024, o Ministério Público que atua junto ao TCU (MP-TCU) pediu que o órgão solicitasse esclarecimentos ao governo federal sobre a existência de contratos com a empresa de internet Starlink. O órgão chegou a encaminhar uma representação para solicitar a identificação e a extinção de contratos do poder público com empresas do empresário.
As suspeitas já foram objeto de audiência pública na Casa, realizada em dezembro de 2023. Na justificativa, o requerimento mostra uma reportagem do Estadão, que revelou que o Ministério das Comunicações lançou uma licitação para levar internet a praças públicas com uma velocidade que apenas a empresa de satélites oferece no Brasil.
Os parâmetros exigidos para 5 mil pontos foram superiores àqueles que haviam sido estipulados pelo Ministério da Educação para escolas e dos quais o ministro Camilo Santana decidiu recuar após o Estadão mostrar que somente a Starlink conseguia atender os requisitos técnicos exigidos.
Para Ribeiro, o Ministério das Comunicações havia afirmado que o "acesso em comunidades com Wi-Fi aberto ao público, com dezenas de pessoas acessando o serviço ao mesmo tempo, é interessante que a velocidade da conexão seja tão rápida quanto possível, para poder proporcionar uma experiência adequada ao usuário".
Porém, a pasta não informou como chegou aos parâmetros de 60 Mbps de velocidade para download que, ao que se sabe, até o final de 2023, somente poderiam ser providos pela empresa Starlink. Também não explicou por que não estabelecer 50 ou 40 Mbps, o que poderia ser atendido pelas demais empresas provedoras de conexão por satélite , incluindo a Telebras, como mostra o documento.
O assunto veio à tona após uma discussão entre Elon Musk e o Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, quando aquele ameaçou descumprir decisões judiciais recebidas pela plataforma relativas ao bloqueio de perfis, e o Ministro determinou que o empresário fosse incluído como investigado no inquérito que apura a existência das chamadas milícias digitais no Brasil.
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