Uma livraria no Centro Histórico de Porto Alegre ficou inundada em meio às fortes chuvas que atingem o estado do Rio Grande Sul desde a semana passada. Nas redes sociais, o proprietário Ederson Lopes mostrou a situação do local e pediu ajuda.
No vídeo publicado por Lopes na segunda-feira, 6, é possível ver o nível da água chegar próximo aos joelhos. Dentro da loja, estantes e mesas têm suas partes submersas, e os livros foram colocados em cima dos móveis, mas o acervo já está apresentando avarias por causa da umidade no local.
"A situação é essa, a água tomou conta totalmente da loja. A gente ergueu os livros, só que todos os móveis estão abaixo d' água e, como são de MDF e madeira, não resistem", explica.
"É um prejuízo gigantesco, a gente levou três anos para pagar todos esses móveis. É muito triste a quantidade de perdas, que não só a gente, mas que todo mundo em Porto Alegre e no interior do estado, está tendo. Um sonho de um trabalho de dez anos para ser levado e destruído. (...) Está aí o resultado", afirma Lopes.
Na legenda da publicação, ele também conta que ainda não conseguiu calcular o prejuízo e que o prognóstico é de que pelo menos nos próximos 15 dias ainda não seja possível retomar as atividades na Livraria Taverna.
"Muitos títulos estão úmidos e com o papel envergado. A umidade do ar está muito elevada e, por ser um material extremamente sensível, é possível que parte do acervo também seja perdido. Não conseguimos calcular o prejuízo total por enquanto. (...) Neste momento, a nossa prioridade máxima é pagar a folha de funcionárias", escreveu.
Consequência dos temporais
A tragédia no Rio Grande do Sul já deixou 95 mortes confirmadas e quatro em investigação, segundo boletim da Defesa Civil divulgado nesta quarta-feira (8). O número de feridos subiu para 372 e 128 desaparecidas.
Os dados ainda mostram que mais de 158 mil estão desalojadas e mais de 88 mil estão em abrigos públicos, com necessidade de itens como colchões, cobertores e roupa de cama e banho. Ao todo, pelo menos 414 cidades foram afetadas e mais de 1,4 milhão pessoas sofrem com as inundações.
A Rio Grande Energia (RGE), concessionária de energia elétrica que atende parte do estado, divulgou que 210 mil clientes estão sem luz. Já a outra concessionária de energia, a Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE) Equatorial, divulgou que há mais de 198 mil clientes sem energia em sua área de atuação.
Ao todo, são mais de 540 mil sem água, de um total de 6 milhões de clientes da Corsan no RS. Há ainda dezenas de municípios sem serviços de telefonia e internet das companhias Tim, Vivo e Claro, de acordo com a Defesa Civil.
Os temporais também causaram danos na infraestrutura viária do estado. Pelo menos 85 trechos de rodovias enfrentam algum tipo de bloqueio em razão disso. Do total, 38 rodovias com bloqueios totais e parciais, entre estradas e pontes.
De acordo com o balanço da Defesa Civil, mais de 270 mil estudantes foram impactados pelas cheias em escolas em toda Rede Estadual de ensino, com as aulas suspensas.
O boletim ainda mostra os números de escolas afetadas (danificadas, servindo de abrigo, com problemas de transporte, com problema de acesso e outros):
Diante da situação de calamidade pública enfrentada no Estado, o governo gaúcho reativou o canal de doações para a conta "SOS Rio Grande do Sul" para receber doações via Pix que serão revertidas a donativos para as vítimas.
O Governo do Rio Grande do Sul e a Defesa Civil divulgaram duas maneiras de receber as doações:
- Centro Logístico da Defesa Civil Estadual
- Endereço: avenida Joaquim Porto Villanova, 101, bairro Jardim Carvalho, em Porto Alegre
- Telefone: (51) 3210 4255
Pix para a conta SOS Rio Grande do Sul
- Chave - CNPJ: 92.958.800/0001-38
- Banco do Estado do Rio Grande do Sul
Atenção: quando realizar a operação, é necessário confirmar que o nome da conta que aparece é "SOS Rio Grande do Sul" e que o banco é o Banrisul.
A gestão e fiscalização dos recursos ficarão a cargo de um Comitê Gestor, presidido pela Secretaria da Casa Civil e composto por representantes de órgãos do governo e entidades sociais. Os recursos serão integralmente revertidos para o apoio humanitário às vítimas das enchentes e para a reconstrução da infraestrutura das cidades.
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