No local, é possível encontrar ossadas expostas e um ambiente em ruínasAFP
RS: após enchentes, cemitério de Muçum fica em ruínas
É a terceira vez que á agua destrói a cidade no Rio Grande do Sul em menos de um ano
Em meio aos estragos causados pelas fortes chuvas que atingem o Rio Grande do Sul, o cemitério da cidade de Muçum ficou completamente destruído. No local, é possível encontrar ossadas expostas e um ambiente em ruínas. Árvores caídas, túmulos quebrados, a maioria vazio.
Coveiro no local há 22 anos, Alcides Pereira, lamenta a situação de calamidade. "Esses escombros revirados têm mais de dez toneladas. Aqui embaixo era tudo capela. Aqui ainda tem restos mortais e pessoas embaixo", disse ao programa Profissão Repórter, da 'TV Globo'.
A 'GloboNews', o prefeito Mateus Trojan afirma que estuda construir o cemitério em outro local da região por conta da proximidade com o rio Taquari.
Segundo a Defesa Civil, pelo menos 460 cidades foram afetadas pelas enchentes. Muçum, que fica na região do Vale do Taquari, tem pouco mais de 4 mil habitantes, de acordo com o Censo de 2022 feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A cidade teve cerca de 80% de sua área urbana afetadas pelas inundações, enfrentando o problema pela terceira vez em menos de um ano.
No último sábado, 11, Trojan destacou que será remanejar e realocar boa parte da área urbana de Muçum, pois parte da cidade não pode mais existir onde estava.
"Essa é uma situação delicada e complexa, envolvendo questões culturais, direitos de propriedade e a necessidade de construção conjunta com a população e órgãos de controle",
A reportagem entrou em contato com a prefeitura da cidade, mas não obteve retorno. O espaço segue aberto.
Doações
Até o momento, as inundações no estado gaúcho já deixaram cerca de 151 mortos, pelo menos 806 feridos e 104 desaparecidos, segundo o novo balanço divulgado pela Defesa Civil na manhã desta quinta-feira, 16.
Os dados ainda mostram que mais de 538 mil pessoas estão desalojadas e mais de 77 mil estão em abrigos públicos, com necessidades de itens como colchões, cobertores e roupa de cama e banho. Ao todo, pelo menos 460 cidades foram afetadas e mais de 2,2 milhões de pessoas sofrem com as inundações.
O balanço também aponta que mais de 76,6 mil vítimas das enchentes já foram resgatadas e mais de 11,9 mil animais foram salvos, na grande operação que conta mais de 27,6 mil pessoas, mais de 4,4 mil viaturas, 45 aeronaves e 340 embarcações.
Diante da situação de calamidade pública enfrentada no Estado, o governo gaúcho reativou o canal de doações para a conta "SOS Rio Grande do Sul" para receber doações via Pix que serão revertidas a donativos para as vítimas.
O Governo do Rio Grande do Sul e a Defesa Civil divulgaram duas maneiras de receber as doações:
- Centro Logístico da Defesa Civil Estadual
- Endereço: avenida Joaquim Porto Villanova, 101, bairro Jardim Carvalho, em Porto Alegre
- Telefone: (51) 3210 4255
Pix para a conta SOS Rio Grande do Sul
- Chave - CNPJ: 92.958.800/0001-38
- Banco do Estado do Rio Grande do Sul
Atenção: quando realizar a operação, é necessário confirmar que o nome da conta que aparece é "SOS Rio Grande do Sul" e que o banco é o Banrisul.
A gestão e fiscalização dos recursos ficarão a cargo de um Comitê Gestor, presidido pela Secretaria da Casa Civil e composto por representantes de órgãos do governo e entidades sociais. Os recursos serão integralmente revertidos para o apoio humanitário às vítimas das enchentes e para a reconstrução da infraestrutura das cidades.
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