Deputada federal Maria do RosárioDivulgação

A deputada federal Maria do Rosário (PT-RS), que votou contra o veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à lei das "saidinhas", afirmou que seu voto foi uma tentativa de se esquivar dos ataques da extrema-direita. Segundo a congressista, a escolha de Lula de contrariar o Congresso na pauta da segurança pública foi um equívoco.
Na semana passada, deputados e senadores se reuniram na sessão conjunta do Congresso Nacional para manter ou derrubar vetos presidenciais. Um dos projetos de maior conflito entre o Legislativo e o Planalto era o que trata da saída temporária de presos, a "saidinha".
Quando o vetou, Lula queria abrir brecha para permitir visita de presos à família. Mas com a derrubada do veto, esse benefício fica impedido. Foi mantido apenas o direito de condenados deixarem a prisão para fazer cursos profissionalizantes ou de ensinos médio e superior.
Segundo Rosário, que é pré-candidata à prefeitura de Porto Alegre, o Executivo precisa tratar o tema com mais atenção. "Se eu não criar condição para que a população me escute em outros temas, sempre estarei como alvo de ataques da extrema-direita, então quis dialogar tirando o foco disso. Foi um equívoco o veto Temos que debater de forma mais complexa temas como esse. Meu voto para derrubar o veto só serviria para ataques rasteiros", disse, em entrevista ao jornal O Globo nesta segunda-feira, 3.
A derrubada do veto já era vista como certa por integrantes do governo. Por 314 votos pela queda, 126 pela manutenção e duas abstenções, os deputados preferiram retomar o texto original aprovado na Casa. No Senado, 51 acompanharam a posição da Câmara, 11 votaram a favor da "saidinha" e um senador se absteve
A preservação da "saidinha" em feriados era tida pelo PT como uma "questão de honra" e como uma "pauta cara" para Lula, como disse o líder do governo na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT-CE) a outros líderes da Casa. Por isso, o governo mobilizou uma força-tarefa para garantir a manutenção o veto presidencial, conforme revelado pelo Estadão.