Presidente LulaArquivo/AFP
As ressalvas se devem a distorções de R$ 20 bilhões encontradas pelos técnicos do tribunal. Além disso, a auditoria apurou R$ 114,6 bilhões em limitações de escopo no ativo total. Isso acabou por impactar as demonstrações contábeis da União, segundo o tribunal.
O exame das contas do Presidente da República é realizado anualmente pelo TCU. Geralmente, as contas são aprovadas com ressalvas, como ocorreu neste ano.
A última vez que o tribunal recomendou a reprovação ocorreu em 2016 — referente ao exercício de 2015 —durante a gestão de Dilma Rousseff (PT). Na ocasião, a decisão se baseou em 10 irregularidades identificadas pelo TCU, incluindo o atraso nos repasses aos bancos públicos, o que ficou conhecido como "pedaladas fiscais".
A sessão desta quarta contou com as presenças do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, da ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, e do 1º vice-presidente do Senado, Veneziano Vital do Rêgo, filho do ministro do TCU que relatou o processo.
Em seu voto, o ministro Vital do Rêgo apontou para a sobrecarga da Previdência no orçamento da União, destacando o elevado custo dos militares.
Mais incisivo ainda contra os privilégios das Forças Armadas, o ministro Walton Alencar criticou, em seu voto, a pensão vitalícia para filhas solteiras e a pensão por "morte ficta", pago aos familiares do militar expulso da corporação. "Ou seja, comete um crime e institui a pensão para os familiares", disparou Alencar.
Como exemplo negativo, ele citou o caso da Ford, que fechou as fábricas no Brasil em 2021 depois de usufruir cerca de R$ 20 bilhões em incentivos fiscais, "sem que fosse demonstrada concretamente qualquer contrapartida".
O relator destacou cinco desafios do País que devem ser objeto de atenção nos próximos anos:
- Aumento da produtividade e geração de renda;
- Melhoria da qualidade das instituições públicas para aumento da eficiência governamental;
- Reforma fiscal e política fiscal responsável;
- Educação pública de qualidade para requalificação da força de trabalho;
- Redução das desigualdades.
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