Ataques de Marcos do Val a Shor foram feitos nas redes sociaisAgência Senado
Delegados da PF veem 'risco à vida' de colega e estudam ação contra Marcos do Val
Segundo o senador, Fábio Shor age com truculência, invade residências de inocentes e 'põe arma na cara das crianças'
Delegados de Polícia Federal anunciaram nesta segunda, 15, que estudam 'medidas judiciais cabíveis' contra ataques promovidos pelo senador Marcos do Val ao colega Fábio Alvarez Shor.
Em seu perfil no Instagram e no X, o senador atribuiu a Shor o papel de 'capataz' do ministro Alexandre de Moraes, do STF. Val acusou o delegado de agir com violência no curso de investigações sensíveis, como as que envolvem o ex-presidente Jair Bolsonaro e os atos radicais do 8 de Janeiro.
Segundo o senador, Fábio Shor age com truculência, invade residências de inocentes e 'põe arma na cara das crianças'.
Em nota, uma das principais entidades da classe, a Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF), saiu em defesa de Fábio Shor e repudiou com veemência as declarações de Marcos Do Val. A entidade declarou 'apoio irrestrito e solidariedade à autoridade policial'.
"A Associação não vai admitir que nenhum delegado ou delegada federal seja covardemente atacado em decorrência da condução da investigação. Os elementos informativos e provas produzidas no inquérito policial devem ser discutidos pela via adequada, ou seja, a judicial, não sendo admitida em hipótese nenhuma a personalização das críticas em redes sociais com objetivo de ferir e expor moralmente o profissional responsável pela condução do inquérito policial", diz o texto.
Na avaliação da entidade, 'essa grave conduta pode, inclusive, colocar em risco a vida do delegado e de sua família'.
O senador incluiu em seu post uma montagem com a foto de Shor sob o título 'Procura-se' e a frase 'ele é o responsável por prender patriotas inocentes e fazer milhares de crianças chorarem por causa da ausência de seus pais'.
A entidade dos delegados considera que 'além de infelizes, os ataques desconsideram a autonomia investigativa do delegado, que é manifestada na conclusão do inquérito'. A associação pondera que todo inquérito é submetido à análise do Ministério Público e a uma decisão final da Justiça, 'notadamente em relação a medidas cautelares'.
"A integridade e a dignidade dos delegados de Polícia Federal devem sempre e incondicionalmente ser preservadas e respeitadas, uma vez que desempenham um papel fundamental na manutenção da justiça e da ordem no nosso país", finaliza a nota.
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