Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo Marcelo Camargo/Agência Brasil

Após a conclusão do processo de privatização da Sabesp, na terça-feira, 23, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), disse na manhã desta quarta, 24, que há espaço para avançar nas privatizações de companhias estatais não só em São Paulo, como no Brasil.
De acordo com o governador - tido como possível candidato à Presidência nas próximas eleições - "não dá para ficar só dependendo do nosso espaço fiscal para mobilizar investimento", disse, ao comentar sobre a possibilidade de privatização da Petrobras e do Banco do Brasil. O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva é contrário às privatizações.

Tarcísio defendeu que, atualmente, o Poder Executivo aprendeu a "modelar e estruturar melhor os projetos", e que novas privatizações têm um potencial maior de investimentos e com gatilhos para evitar problemas como o da energia. "Os contratos de energia são muito antigos, a regulação também é muito antiga", afirmou.

"(É) Isso que o capital privado traz e tem muito espaço ainda para a gente aproveitar essa energia, essa mobilização de dinheiro que o privado, obviamente, consegue alocar. E se você estruturar direitinho os riscos, eu acho que tem muito espaço para o Brasil crescer ainda nesse segmento", disse o governador em entrevista à GloboNews.

Sabesp

Sobre a privatização da Sabesp, o governador voltou a dizer que o objetivo é garantir a universalização do saneamento - oferta de água tratada para 99% da população e de coleta e tratamento de esgotamento sanitário para 90% até 2033.

O governador também afirmou que a companhia continuará atuando como operadora do saneamento, com alavancas para "forçar a realização de investimentos". "É a primeira vez que o Estado devolve ao cidadão a rentabilidade da empresa pública", disse, em defesa do processo.

Próximos passos

Além da Sabesp, o governo de São Paulo planeja privatizar outras 14 entidades e serviços, abrangendo uma ampla gama de áreas. Entre os projetos, estão a adequação e manutenção de escolas estaduais, a criação de um polo administrativo no centro de São Paulo e a reconfiguração de espaços esportivos e culturais. O Estado também pretende avançar com concessões para linhas de mobilidade urbana, rodovias e serviços de transporte intermunicipal. Outros projetos incluem a concessão de serviços lotéricos e a gestão de serviços hídricos.