Lisa Moon, Ceo da GFNDivulgação
O evento marcou ainda o início das celebrações dos 30 anos do Sesc Mesa Brasil, maior rede privada de bancos de alimentos da América Latina, que alcançou a marca de 770 milhões de quilos de alimentos doados ao longo de sua trajetória.
Para José Carlos Cirilo, Diretor-Geral do Departamento Nacional do Sesc, o Sesc Mesa Brasil contribui para o resgate da cidadania de pessoas que vivem em situação de vulnerabilidade.
O Atlas apresentado no Seminário recomenda, entre os apontamentos para conter o desperdício de alimentos, a implantação de nova rotulagem que possibilite, de acordo com critérios de segurança e qualidade, a doação de alimentos após a data de vencimento exibidas nos rótulos.
De acordo com Claudia Roseno, Gerente de Assistência do Departamento Nacional do Sesc e responsável de forma nacional pelo Sesc Mesa Brasil, muitos alimentos desperdiçados estão dentro de critérios nutritivos e seguros para o consumo. Ela avaliou o protagonismo do programa para mitigar a insegurança alimentar e nutricional no país.
"Esses 30 anos de trajetória representam uma celebração muito emblemática para o Sesc Mesa Brasil. Estamos oportunizando a discussão de uma série de conceitos e informações que são importantes para a composição da segurança alimentar e nutricional. É uma discussão ampla, que envolve governo, pesquisadores, sociedade civil, e é muito importante para que a gente entenda que não é um problema de um só setor. É um problema de todos nós. Todos nós podemos fazer a diferença no dia a dia de pessoas que estão precisando desse alimento", afirmou.
Para Lisa Moon, CEO da The Global FoodBanking Network, o seminário foi uma oportunidade de debater questões relativas às mudanças climáticas, bem como a insegurança alimentar e o desperdício de alimentos. Segundo Moon, o desperdício agrava o problema das mudanças climáticas, aumentando as emissões de gases de efeito estufa. "É importante estar sempre debatendo esse cenário e buscando novos caminhos para mitigar os efeitos tão severos que a gente encontra, com tantas pessoas em situação de insegurança alimentar", destacou.
O combate à fome tem sido foco de debates em todo o mundo. Reduzir o desperdício alimentar pela metade evitaria que até 153 milhões de pessoas sofressem com a insegurança alimentar, ao mesmo tempo que diminuiria as emissões de gases do efeito de estufa relacionadas a agricultura em 4%, segundo estudo divulgado pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) e a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) destacou. A FAO também calcula que quase um terço dos alimentos destinados ao consumo humano são perdidos.
O seminário, realizado no Sesc Belenzinho (SP), contou com a participação de pesquisadores e especialistas nacionais e internacionais, representantes do poder público e da sociedade civil, que debateram em diversos painéis como, ‘Sistemas Alimentares: Desafios e Oportunidades’, ‘Política de doação de Alimentos: Um caminho para reduzir a perda e o desperdício de alimentos e aliviar a fome’, ‘Ações do Governo e da Sociedade Civil com o propósito de combater a fome e o desperdício de alimentos’, ‘Sindemia global: A interconexão entre obesidade, desnutrição e mudanças climáticas’ e ainda ‘O papel do Colheita Urbana e do Banco de Alimentos na promoção da Alimentação Adequada e Saudável’.
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