Casal pulou com o filho bebê para fugir das chamasReprodução / Internet

A impermeabilização de um sofá pode ter contribuído para o início do incêndio que resultou na morte de um casal e um bebê de apenas 23 dias na terça-feira, 27, em Valparaíso de Goiás. Essa é a principal hipótese para a causa da tragédia investigada pela Polícia Científica de Goiás, que descartou a suspeita de vazamento de gás. 
"Trabalhamos com algumas linhas de investigação. Estamos verificando se houve algum acidente relacionado ao prestador de serviço durante o processo de impermeabilização. (...) A função da Polícia Civil agora é investigar, apurar e esclarecer para determinar se houve negligência, imprudência ou imperícia", explicou o delegado Bruno Van Kuyk.
O incêndio que atingiu o sétimo andar do edifício onde a família morava começou por volta das 10h30. Segundo o delegado, a Polícia Científica irá apurar a origem do incêndio, e o laudo técnico auxiliará na investigação do caso.
"Juntando essa prova técnica com as provas testemunhais e com as pessoas que estavam no local do fato e presenciaram o que aconteceu, nós sabemos que houve uma explosão", pontuou.
Incêndio
Estavam no imóvel o casal de donos — Graciane Rosa de Oliveira, de 34 anos, esteticista especialista em alongamento de cílios, e o garçom Luiz Evaldo Lima, de 28 anos —, Leonardo, a criança de 23 dias e, segundo um irmão de Lima contou à imprensa, também uma avó de Graciane e um profissional que havia ido impermeabilizar o sofá.
O fogo começou na cozinha, e o rapaz que estava impermeabilizando o sofá conseguiu sair, levando a avó de Graciane. Ela, o marido e o filho recém-nascido estavam em outro ponto da casa e, cercados pelo fogo, não tiveram acesso à saída pela escada. Foram até a sacada e, vendo o incêndio se alastrar em direção a eles, acabaram saltando do sétimo andar.
Também morava no apartamento uma menina de sete anos, filha de Graciane com um ex-marido dela, mas ela estava na escola no momento em que o incêndio ocorreu. O cão da família morreu em meio às chamas.

Outras 15 pessoas que estavam no prédio precisaram de atendimento médico após inalar a fumaça produzida pelo incêndio. Segundo a polícia, todas se recuperaram e passam bem.
De acordo com as informações da Polícia Científica, o casal e o bebê morreram por politraumatismo. A análise da corporação indicou que eles faleceram em decorrência da queda do prédio.
Ricardo Matos, perito criminal e superintendente da Polícia Científica de Goiás, esclareceu que não havia fuligem nas vias respiratórias das vítimas, o que indica que elas não inalaram fumaça do incêndio. "Temos comprovada a questão do politraumatismo e já foi completamente afastada a questão do incêndio", explicou à TV Anhanguera.