Prefeito de Criciúma, Clésio Salvaro (PSD)Reprodução/redes sociais
Prefeito de Criciúma é preso em operação que apura fraude na prestação de serviço funerário
No total, dez pessoas foram detidas na ação
Santa Catarina - O prefeito de Criciúma, Clésio Salvaro (PSD), foi preso na manhã desta terça-feira, 3, alvo de uma operação do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), que investiga irregularidades na prestação de serviços funerários na cidade. Outras nove pessoas também foram detidas na ação.
Os agentes cumpriram ordens judiciais expedidas pelo Tribunal de Justiça de Santa Catarina nas cidades de Criciúma, Florianópolis, Jaraguá do Sul e São José. A operação deflagrada nesta terça é desdobramento de investigações iniciadas ainda em 2023.
Na primeira fase, foram presos sete investigados. Com o cumprimento das prisões nesta manhã, de acordo com o Ministério Público de Santa Catarina (MP-SC), agora todos os 17 integrantes da organização criminosa estão presos preventivamente. Os detidos foram submetidos a exame de corpo de delito e levados para o sistema prisional, onde aguardarão audiência de custódia nos locais onde ocorreram as prisões.
De acordo com o Gaeco, o grupo investigado é composto por empresários e agentes públicos. O processo tramita sem sigilo no Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC).
A prefeitura do município afirmou que não foi comunicada oficialmente da ação. "A Administração Pública do Município de Criciúma, por meio da Procuradoria-Geral, informa que, até o presente momento, não foi comunicada oficialmente acerca dos fatos veiculados na mídia em geral, envolvendo o Prefeito Clésio Salvaro". "Reforçamos que todos os serviços públicos municipais permanecem sendo prestados normalmente", acrescenta a nota.
Nas redes sociais, Clésio Salvaro divulgou um vídeo em que nega envolvimento em crimes e cita questões políticas. "Não há nada que possa me incriminar", afirmou na gravação. Ele ainda relatou que a regularização dos serviços funerários era um dos principais projetos da sua gestão. Ele está no segundo mandato e não pode concorrer à reeleição.
Intitulada "Operação Caronte", o nome faz alusão ao barqueiro de Hades (mitologia grega), que carrega as almas dos recém-mortos sobre as águas do rio Estige e Aqueronte, que dividiam o mundo dos vivos do mundo dos mortos. Aqueles que não tinham condições de pagar certa quantia, ou aqueles cujos corpos não haviam sido enterrados, tinham de vagar pelas margens por cem anos.
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.