Presidente Luiz Inácio Lula da SilvaAFP

Praticamente todos os chefes de Estado e de governo que vão participar da cúpula de líderes do grupo das 20 maiores economias do mundo (G20) solicitaram encontro bilateral com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de acordo com o secretário de Assuntos Econômicos e Financeiros do Ministério das Relações Exteriores (MRE), embaixador Maurício Lyrio. O evento está marcado para os dias 18 e 19 de novembro, no Museu de Arte Moderna (MAM), no Rio.
"Há um pedido enorme de bilaterais, mas o presidente Lula não terá um período farto, pois estará presidindo as três sessões do G20, então as bilaterais podem ser antes ou depois das sessões", comentou o diplomata. A expectativa é a de que o chefe do Executivo volte a Brasília ainda na noite de terça-feira (19), porque no dia seguinte está prevista uma visita de chefe de Estado do presidente da China, Xi Jinping.
Questionado sobre se o presidente argentino Javier Milei também pediu o encontro, o embaixador voltou a dizer: "Eu tenho a impressão de que todos pediram bilaterais". No mês passado, o Broadcast registrou que um encontro dos dois líderes sul-americanos era visto como "improvável" pelo Itamaraty. Lyrio disse que a agenda do presidente ainda está em construção. "Depende também da chegada dos presidentes ao Rio. Obviamente, quem chega mais cedo, tem mais chance", considerou.
Sobre a participação russa no evento, o embaixador informou que mais uma vez o presidente Vladimir Putin será representado pelo chanceler Sergey Lavrov. Desde o início dos conflitos com a Ucrânia, o russo não deixa o país para não ser preso. No ano passado, o Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu um mandado de prisão contra o presidente russo o acusando de cometer crime de guerra.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenski, ainda nutre esperanças de ser chamado para o encontro. "Como a negociação não é tema da cúpula, então não houve convite ao presidente Zelenski, mas isso já tem sido a prática do G20", explicou Lyrio, citando que os países que antecederam o Brasil na presidência rotativa do grupo desde o início da guerra - Indonésia e Índia - não convidaram o ucraniano.
"Na essência, o G20 nasceu para enfrentar crises econômicas. Esta é sua origem, é o que está no seu DNA", disse o embaixador. "O G20 não deve substituir ONU em suas questões fundamentais, como a questão da paz, por isso fizemos reunião sobre a ONU dentro do G20, mas não cabe ao G20 substituir a ONU em tarefas como esta."