Piauí - Duas pessoas morreram e outras cinco estão hospitalizadas após comerem peixes doados em Parnaíba, no litoral do Piauí. A principal suspeita da Polícia Civil é envenenamento. Um bebê de apenas um ano e oito meses está entre as vítimas.
Ao todo, nove pessoas da mesma família foram socorridas. Duas morreram, duas receberam alta hospitalar e outras cinco estão internadas - três crianças e dois adultos.
Segundo o delegado Abimael Silva, os sintomas dos familiares foram os mesmos: frequência cardíaca abaixo do normal e sudorese intensa. Ele ainda afirma que, apesar da suspeita ser de envenenamento, não descarta outras linhas de investigação.
Além do pescado de uma cesta básica doada na noite da última terça-feira (31), as vítimas também ingeriram, de acordo com o delegado, um arroz requentado, que havia sido preparado na casa deles na noite anterior.
A primeira morte ocorreu no dia seguinte, na quarta-feira (1º). Manoel Leandro da Silva, de 18 anos, passou mal logo após comer o alimento. Ele chegou a ser socorrido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), mais não resistiu e morreu ainda na ambulância.
"O Samu foi acionado e, quando chegou, uma das vítimas estava apresentando um quadro de convulsão. Iniciaram o atendimento e identificaram um possível envenenamento. Toda a família estava apresentando sinais de intoxicação. Parte dos peixes foi apreendida para a perícia ser feita", afirmou o delegado Abimael Silva.
Já a segunda morte foi confirmada nesta quinta-feira (2). Um bebê, de apenas um ano e oito meses, estava internado no Hospital Regional Dirceu Arcoverde (Heda), mas também não resistiu.
A criança é irmã de dois meninos, de 8 e 7 anos, que também morreram depois de comerem cajus envenenados em agosto de 2024. A mãe está internada entre as cinco vítimas da família. Não se sabe se há relação entre os dois casos.
Na época, a polícia apontou que Lucélia Maria da Conceição Silva, de 52 anos, entregou um saco de fruta envenenadas aos irmãos. Os cajus tinham uma substância tóxica semelhante ao chumbinho. Ela era vizinha das crianças e responde por homicídio qualificado consumado.
Investigação
A família comeu no almoço do dia 1º de janeiro arroz, feijão e peixe frito. O peixe foi doado por um casal. Segundo o delegado, eles já se apresentaram e prestaram depoimento à polícia.
"Eles fazem um trabalho filantrópico, fazendo ações. Doaram diversas cestas básicas aqui no bairro e também doaram cerca de 30 quilos de peixes, manjuba, que foram fornecidos pela associação de pescadores e todo ano eles fazem esse serviço, mas somente a família aqui que passou mal com o consumo desses alimentos", explicou o delegado.
A Polícia Civil (PCPI) aguarda os exames toxicológicos feitos pelo Instituto Médico Legal (IML). Eles vão definir a causa da morte do adolescente e do bebê, e as substâncias que estão no organismo das vítimas internadas.
Vítimas
- Manoel Leandro da Silva, de 18 anos (morto); - bebê de 1 ano e 8 meses (morto); - Francisca Maria da Silva (internada); - Francisco de Assis Pereira da Costa; - Três crianças (internadas); - Uma adolescente e uma adulta (receberam alta).
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