Competição abrange as 27 unidades federativas do paísDivulgação
A lógica por trás da iniciativa é tentar melhorar o trabalho com incentivos e não exclusivamente com punições, como processos disciplinares, por exemplo. Ela toma como base indicadores que precisam ser melhorados.
Há também um vácuo nos indiciamentos. Onde os investigadores encontrarem autoria e materialidade, a orientação interna é pelo indiciamento.
Polêmica
A disputa interna instaurou uma polêmica na corporação, principalmente entre delegados. Alguns enaltecem a iniciativa da corregedoria porque consideram a disputa PF 2025 um alento para um salto na produção. Outros criticam o certame, em especial no item que prevê premiações para o aumento do número de indiciamentos.
O Estadão ouviu vários delegados. Uns classificam a medida como "gamificação ridícula". Outros avaliam que o "jogo da PF" pode banalizar a produção de inquéritos. E há os que desdenham da recompensa, ainda indefinida. "Prêmio: uma viagem à fronteira"; "Viatura? Isso é instrumento de trabalho"; "Nunca pensei que um dia iria passar por isso"; "Cumprimento de missão oficial virou motivo para prêmio?".
O Desafio PF 2025, aberto nesta segunda-feira, (10), ocorrerá em duas etapas, entre março e setembro. A Etapa 1 se prolonga até 11 de junho com a disputa ocorrendo entre as Superintendências Regionais.
A unidade que sairá vencedora será a que obtiver maior pontuação na soma de vários critérios, entre eles a redução porcentual de inquéritos sem despacho há mais de 80 dias e de perícias requisitadas há mais de um ano. Na Etapa 2, que vai até 9 de setembro, a competição alcançará as cinco regiões do país. Cada região deverá atuar "com excelência em critérios operacionais - quantidades de relatórios de operação de Polícia Judiciária, indiciamentos, por exemplo, além da redução porcentual de inquéritos instaurados até 2020".
'Celeridade e eficiência'
"O Desafio é de toda a PF", resume a corregedoria. "Além do ganho em eficiência e celeridade, o Desafio PF 2025 aumentará a integração entre as principais áreas envolvidas na investigação, servindo como um excelente laboratório para identificação de boas práticas, oportunidades de melhorias e inovação." A cúpula da corporação destaca que "a sociedade e a PF ganham celeridade e eficiência".
A PF espera, ao fim do ano de 2025, reduzir significativamente o tempo médio de duração de inquéritos policiais. O desafio, calcula a PF, vai estimular também a redução de alertas correcionais, de perícias e a qualificação das operações policiais.
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.