Clara Maria Venancio Rodrigues era skatista e trabalhava em uma padariaReprodução
BH: suspeito já tinha assediado jovem que foi concretada antes do crime, diz polícia
Corpo de Clara Maria Venancio Rodrigues foi encontrado três dias após seu desaparecimento na varanda de uma casa em Ouro Preto
Minas Gerais - O delegado responsável pelo caso de Clara Maria Venancio Rodrigues, jovem morta e concretada após cobrar uma dívida de R$ 400, em Belo Horizonte, revelou que ela já havia sofrido assédio sexual por um dos suspeitos do crime.
Segundo a polícia, Thiago Schafer Sampaio, de 27 anos, era ex-colega de trabalho da vítima e teria descoberto que ela estava em um novo relacionamento, dias antes do assassinato, o que o teria deixado furioso.
"Durante as investigações, também descobrimos que a vítima já havido sofrido assédio sexual por parte do ex-colega de trabalho e não teria correspondido às investidas. Além disso, no dia 6 de março, ele teria encontrado com a vítima em um bar e tomado conhecimento de que ela estaria namorando, o que teria lhe deixado com muita raiva", disse Alexandre Oliveira da Fonseca.
A jovem, de 21 anos, estava desaparecida desde o dia 9 de fevereiro e seu corpo foi encontrado três dias depois na varanda de uma casa em Ouro Preto.
O odor intenso de decomposição levou à localização. "Havia um cheiro muito forte, oriundo de um cadáver. Era um concreto fino, que estava umedecido. Parecia que tinham colocado em menos de um dia", explicou o tenente Washington Rodrigues, em coletiva de imprensa.
"Não cavaram um buraco. Jogaram o corpo no chão, depois colocaram um amontoado de terra e, por cima, um pouco de concreto", acrescentou. Ainda não há informações se a jovem foi morta na residência.
Na noite do crime, a mulher avisou ao namorado que iria se encontrar com o ex-colega de trabalho em frente a um supermercado na Avenida Fleming e, depois, iria para casa. Como ela não retornou, o namorado, junto com os amigos, iniciaram as buscas. Eles também tentaram localizar o suspeito com o intuito de saber o paradeiro de Clara Maria, sem sucesso.
Segundo o delegado, Thiago Schafer Sampaio tinha uma dívida de R$ 400 com a vítima e, no dia do desaparecimento da jovem, ele teria entrado em contato com ela dizendo que iria pagá-la.
"A dívida foi contraída quando trabalharam juntos no mesmo estabelecimento, e usada como desculpa para que o suspeito pudesse encontrá-la na noite do crime. Um detalhe importante é que essa dívida não estava sendo cobrada pela vítima", ressaltou Fonseca.
As investigações apontam que o objetivo do suspeito era atrair a vítima até a casa dele e lá roubar valores da sua conta bancária, por meio de seu celular. Como Clara resistiu, o assassino decidiu enforcá-la.
Um outro homem, de 29 anos, foi preso suspeito de ter participado do crime. As apurações apontam que ele é amigo de Thiago e também já teria tido uma desavença com a vítima.
"Esse suspeito tem adoração pelo nazismo e, durante uma conversa, a vítima o criticou por tal posicionamento, o que lhe causou profunda ira. Além disso, ele também tem interesse em necrofilia, o que pode indicar abuso sexual", disse o delegado.
"Todos esses fatores se juntam com a outra motivação, de roubo, e criam, infelizmente, este cenário para o crime", acrescentou.
Assim que os investigadores entraram na casa de Thiago, avistaram o cimento fresco, que levou ao encontro do corpo de Clara.
"Diante das provas, o suspeito afirmou que apenas ocultara o corpo e que o autor do homicídio seria seu amigo, o homem de 29 anos. Entretanto, as investigações apontam o contrário, o ex-colega da vítima é quem a enforca, e o amigo dele o ajuda na ocultação do corpo", esclareceu Fonseca.
Os dois homens podem responder por homicídio qualificado, feminicídio e ocultação e destruição de cadáver.
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