Problemas de saúde vêm acompanhando Fuad Noman desde meados do ano passadoDivulgação/PBH

Minas Gerais - O prefeito de Belo Horizonte (MG), Fuad Noman (PSD), morreu nesta quarta-feira (26), aos 77 anos. O político estava internado desde o dia 3 de janeiro no Hospital Mater Dei, na capital mineira, com um quadro de insuficiência respiratória aguda. Fuad Noman deixa sua companheira, Mônica Drummond, além de dois filhos e quatro netos.
Na noite desta terça-feira (25), Noman teve uma parada cardiorrespiratória e precisou ser reanimado. A Prefeitura de Belo Horizonte confirmou a morte e lamentou a perda do economista.
"Fuad Noman dedicou décadas de sua vida ao serviço público, sempre pautado pelo compromisso com a ética, o diálogo e o bem-estar da população de Belo Horizonte. Economista por formação, com sólida trajetória na administração pública, Fuad ocupou importantes cargos no Governo Federal, Governo de Minas Gerais e na Prefeitura de Belo Horizonte, sempre deixando marcas de competência, responsabilidade e sensibilidade social", escreveu. 
O prefeito de Belo Horizonte foi diagnosticado com câncer no sistema linfático em julho de 2024, pouco antes do início da campanha eleitoral. O tratamento foi bem-sucedido e, durante a disputa eleitoral, ele declarou estar curado.
Contudo, após as eleições, as complicações voltaram a surgir. Desde então, o político precisou ser internado quatro vezes por diferentes problemas, como diarreia, sangramento intestinal, sinusite, bronquite e dores nas pernas.
O vice-prefeito Álvaro Damião (União Brasil), de 54 anos, assumirá o cargo de prefeito de Belo Horizonte. A Prefeitura afirmou que detalhes sobre o velório e as homenagens serão divulgados em breve.
Álvaro Damião, repórter esportivo, assume Prefeitura de Belo Horizonte
O vice-prefeito Álvaro Damião (União Brasil), 54, passa a comandar definitivamente a Prefeitura de Belo Horizonte após a morte nesta quarta-feira, 26, do antigo ocupante do posto, Fuad Noman (PSD), em decorrência de sequelas de um câncer no sistema linfático. Fuad sofreu uma parada cardiorrespiratória após 82 dias internado e não resistiu. A situação política da capital mineira repete a de São Paulo quatro anos depois. O prefeito Ricardo Nunes (MDB), assumiu o cargo em 2021 após Bruno Covas também morrer em decorrência de um câncer.

Damião, que atuava como prefeito interino desde o início de janeiro devido à internação de Fuad, é aliado do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD). O senador mantêm influência no União Brasil em Minas Gerais e foi o responsável por articular tanto a aliança com o partido, quanto a indicação de Damião como vice de Fuad.

O agora prefeito é um nome conhecido na região Metropolitana de Belo Horizonte por ter atuado por quase três décadas nas jornadas esportivas da rádio Itatiaia, líder de audiência em Minas Gerais. Ele se destacou como repórter de campo nas transmissões de partidas de futebol, mas também já foi narrador e apresentador dos programas da emissora.

Após ser empossado, o jornalista licenciou-se tanto da rádio e da TV Alterosa, afiliada do SBT. Na televisão, apresentava desde 2020 programa policialesco no qual cunhou o bordão "vai morrer um aí, ó" e outra atração, esportiva, aos sábados.

Ele também é conhecido por outros bordões, usados invariavelmente nas transmissões esportivas, como "aqui não, pica-pau", "mexe, remexe, estremece, enlouquece", para se referir à torcida após um gol, e "bacana demais". Este último também dá nome ao instituto criado por Damião em 2014 e que oferece atividades esportivas, culturais e de assistência social à população.

O novo prefeito começou a carreira política após se eleger vereador em 2016, cargo para o qual foi reconduzido em 2020 pelo DEM, partido que à época era comandado por Pacheco no Estado. No ano passado, o comunicador optou por não se candidatar a um terceiro mandato para compor a chapa com Fuad Noman.

Damião assumiu a Prefeitura interinamente semanas depois de sofrer uma derrota na Câmara Municipal belo-horizontina. Atuando como secretário de Governo desde o fim do ano passado, cargo para o qual foi indicado antes mesmo de tomar posse, ele articulou a candidatura de Bruno Miranda (PDT), líder do governo Fuad, para a presidência da Casa.

A tentativa não foi bem-sucedida. Mesmo com o peso da máquina da Prefeitura, Miranda foi derrotado pelo vereador Juliano Lopes (Podemos) por 23 votos a 18. Após o resultado, Lopes chamou Damião de "pateta". Nos dias seguintes, o presidente da Câmara recuou, disse ao jornal O Tempo que a declaração foi um desabafo sobre a interferência da Prefeitura na eleição, mas deixou aberta a possibilidade de composição para indicar cargos no secretariado.

Lopes faz parte de um grupo de parlamentares conhecidos na política belo-horizontina como "Família Aro", em referência a Marcelo Aro (PP), ex-deputado federal que se tornou secretário da Casa Civil do governo de Romeu Zema (Novo) nos últimos anos.
* Com informações da Agência Estado