Um acidente entre um carro e um caminhão deixou cinco jovens mortos e uma bebê ferida neste domingo (30) na BR-373, no sudoeste do Paraná. As vítimas eram da etnia guarani.
De acordo com o Corpo de Bombeiros, o motorista do caminhão relatou que seguia no sentido a Pato Branco quando o veículo de passeio invadiu a pista contrária em uma curva, momento em que houve a batida. O homem também afirmou que tentou desviar do carro, mas não conseguiu. Ele não se feriu.
No veículo de passeio estavam os cinco jovens, quatro homens e uma mulher, com idades entre 14 anos e 19 anos. Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), eles morreram na hora com o impacto da batida. No carro estava também uma criança, com idade entre seis a oito meses.
Ao chegar no local, os bombeiros informaram que a criança estava no colo da mulher, no banco da frente, acordada e chorando. A bebê teve ferimentos leves e foi encaminhada para atendimento médico no Hospital.
A Comissão Guarani Yvyrupa divulgou uma nota de pesar pelas cinco vítimas do acidente. Segundo a organização indígena, os jovens eram do povo guarani mbya e vinham da aldeia Palmeirinha do Iguaçu, localizada na Terra Indígena Mangueirinha, no município de Chopinzinho (PR).
As vítimas foram identificadas como Diegson Renan Pires, de 19 anos, Eliel Karai Tataendy, de 22, Elison Jeguaka Mirim Ribeiro, também de 22, Jaqueline Jerá, de 19 e Jonas Pires de Lima, de 14 anos.
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De acordo com Nailsen Ywá, professora em Palmeirinha do Iguaçu, eles tinham ido a um baile em uma aldeia kaingang próxima. "Estamos todos tristes", disse.
A morte "trágica e prematura" dos jovens "abalou todo o povo Guarani, pois quando uma vida jovem se perde perdemos parte do futuro de nosso povo", lamentou em a Comissão Guarani Yvyrupa.
Equipes da PRF, Polícia Civil e Polícia Científica estiveram no local levantando informações para apurar as causas do acidente.
Vítimas
Nailsen Ywá conhecia os jovens desde criança, e contou que Diegson gostava muito de jogar futebol e era goleiro do time. Ele deixou a esposa grávida.
Eliel era o irmão caçula da família e deixou uma filha de um ano.
Elison cursava o segundo ano do Ensino Médio no Colégio Estadual Indígena Vera Tupã e gostava muito de tocar violão e cantar mborai’i, a música sagrada guarani. Ele tinha uma filha de dois anos.
Jaqueline "foi uma menina incrível, sempre sorridente e divertida". Ela tinha três filhas - uma delas, a bebê que estava no carro.
Jonas cursava o nono ano gostava muito de jogar bola, e completaria 15 anos no dia 1º de abril. "Ele foi meu aluno desde o terceiro ano do ensino fundamental", contou.
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