Como apenas cardeais, de todo o mundo, que não tenham completado 80 anos de idade no primeiro dia da Sé Vacante estão aptos para o conclave, um brasileiro não está apto AFP

Após o falecimento do Papa Francisco, na manhã desta segunda-feira de Páscoa (21), no Vaticano, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, decretou luto oficial de sete dias no Brasil. Outras autoridades brasileiras também se pronunciaram. Entre elas estão: o ex-presidente Jair Bolsonaro, o ministro do Supremo Tribunal Federal, Flávio Dino, os presidentes da Câmara e do Senado, além de ministros do governo do petista.
O presidente da República, Lula, destacou o "o amor, a tolerância e a solidariedade" de Francisco que "são a base dos ensinamentos cristãos".
"A humanidade perde hoje uma voz de respeito e acolhimento ao próximo. O Papa Francisco viveu e propagou em seu dia a dia o amor, a tolerância e a solidariedade que são a base dos ensinamentos cristãos. Assim como ensinado na oração de São Francisco de Assis, o argentino Jorge Bergoglio buscou de forma incansável levar o amor onde existia o ódio. A união, onde havia a discórdia. E a compreensão de que somos todos iguais, vivendo em uma mesma casa, o nosso planeta, que precisa urgentemente dos nossos cuidados.

Com sua simplicidade, coragem e empatia, Francisco trouxe ao Vaticano o tema das mudanças climáticas. Criticou vigorosamente os modelos econômicos que levaram a humanidade a produzir tantas injustiças. Mostrou que esse mesmo modelo é que gera desigualdade entre países e pessoas. E sempre se colocou ao lado daqueles que mais precisam: os pobres, os refugiados, os jovens, os idosos e as vítimas das guerras e de todas as formas de preconceito.

Nas vezes em que eu e @janjalula fomos abençoados com a oportunidade de encontrar o Papa Francisco e sermos recebidos por ele com muito carinho, pudemos compartilhar nossos ideais de paz, igualdade e justiça. Ideais de que o mundo sempre precisou. E sempre precisará.

Que Deus conforte os que hoje, em todos os lugares do mundo, sofrem a dor dessa enorme perda. Em sua memória e em homenagem à sua obra, decreto luto de sete dias no Brasil. O Santo Padre se vai, mas suas mensagens seguirão gravadas em nossos corações", afirmou.
A primeira dama, Janja da Silva, ressaltou que mesmo após a morte do pontífice seguirá seus ensinamentos.
"Acordamos com a triste notícia da partida do nosso amado Papa Francisco. Ele, que diariamente viveu para pregar a palavra da fraternidade, da solidariedade e da paz entre os povos nos deixa hoje, mas seus ensinamentos seguem em nossos corações para sempre.

Um Papa latino que, com sua simplicidade e com o verdadeiro amor ao próximo, sempre esteve ao lado dos mais pobres, vulneráveis e marginalizados e que em sua última aparição pública, tão simbólica no domingo de Páscoa, dirigiu suas palavras ao povo de Gaza, ressaltando a situação humanitária dramática vivida pelos palestinos, e reforçando que não é possível haver paz no mundo sem um verdadeiro desarmamento.

Levo diariamente comigo as palavras que me disse em nosso último encontro, em fevereiro deste ano, quando me entregou uma imagem dizendo: “Não deveria haver diferença entre os homens, todos devem se olhar nos olhos. O único momento em que devemos olhar para alguém de cima para baixo é para dar a mão e ajudar a essa pessoa a se reerguer.
A partida de Papa Francisco nos deixa um enorme vazio. Digo sempre que Francisco era uma grande fortaleza, um farol no meio de tantas trevas. Seguiremos vivendo o que ele sempre pregou, com muita fé, devoção e amor no coração. Descanse em paz", escreveu.
O ex-presidente Jair Bolsonaro se despediu de Francisco e fez um convite para que todos venham renovar a fé em meio a um "tempo de incertezas".
"O mundo e os católicos se despedem daquele que ocupava uma das figuras mais simbólicas da fé cristã: o Papa. Mais que um líder religioso, o papado representa a continuidade de uma tradição milenar, guardiã de valores espirituais que moldaram civilizações. Para o Brasil e o mundo, a figura do Papa sempre foi sinal de unidade, esperança e orientação moral. Sua partida nos convida à reflexão e à renovação da fé, lembrando-nos da força da espiritualidade como guia para tempos de incerteza", escreveu Bolsonaro, nas redes sociais.
A ex-presidente da República Dilma Rousseff afirmou que o Papa será lembrado com orgulho por gerações.
"Com profunda tristeza recebo a notícia do falecimento do Papa Francisco. A partida de sua Santidade marca o fim de um dos pontificados mais humanistas, corajosos e inspiradores da história recente. Papa Francisco, filho das Américas, trouxe para o trono de Pedro a linguagem do cuidado, da simplicidade e da esperança.

Sua voz firme em defesa dos pobres, da justiça social, da fraternidade entre os povos e do cuidado com a Casa Comum ecoou em todos os cantos do mundo. Em tempos marcados por desigualdades, crises ambientais e conflitos, Francisco foi presença de luz — capaz de unir fé e razão, espiritualidade e ação, oração e ternura. Pessoalmente, sempre me emocionei com sua capacidade de escuta, seu olhar sereno, suas palavras desarmadas. Francisco devolveu ao mundo a beleza da misericórdia.

Neste momento de luto:

À sua família, expresso meus mais sinceros sentimentos. A dor da ausência convive com a gratidão por uma vida que iluminou tantas outras. O Papa Francisco foi um líder exemplar — humilde e ousado em seu amor pelos mais frágeis. Ao povo argentino, que viu nascer e crescer esse homem que se tornou um líder global, ofereço um abraço fraterno. Seu filho mais universal será lembrado com orgulho por gerações.

E aos milhões de pessoas ao redor do mundo — de todas as religiões, línguas, cores, condições e fronteiras — que encontraram em Francisco uma palavra de consolo, um gesto de solidariedade ou um impulso de esperança, compartilho a imensa tristeza. Hoje, o mundo perde um líder espiritual. Eu me despeço de um exemplo de humanidade.

Descanse em paz, Papa Francisco", afirmou a ministra, em nota oficial.
O ministro do STF, Flávio Dino, também escreveu uma mensagem de agradecimento ao Papa Francisco por todo que ele fez durante os 12 anos que esteve no cargo, assim como, pela forma que o religioso espalhou amor pelo mundo por meio de suas atitudes.
"O Papa Francisco integra, com destaque eterno, a história da nossa Igreja Católica. Foi um exemplar Cristão latino-americano. Em um mundo em que o ódio virou indústria de bilionários, sua pregação de Estadista da Fraternidade é essencial. Lembro suas tão necessárias palavras:

1. «FRATELLI TUTTI»:[1] escrevia São Francisco de Assis, dirigindo-se a seus irmãos e irmãs para lhes propor uma forma de vida com sabor a Evangelho. Destes conselhos, quero destacar o convite a um amor que ultrapassa as barreiras da geografia e do espaço; nele declara feliz quem ama o outro, «o seu irmão, tanto quando está longe, como quando está junto de si».[2] Com poucas e simples palavras, explicou o essencial duma fraternidade aberta, que permite reconhecer, valorizar e amar todas as pessoas independentemente da sua proximidade física, do ponto da terra onde cada uma nasceu ou habita.

2. Este Santo do amor fraterno, da simplicidade e da alegria, que me inspirou a escrever a encíclica Laudato si’, volta a inspirar-me para dedicar esta nova encíclica à fraternidade e à amizade social. Com efeito, São Francisco, que se sentia irmão do sol, do mar e do vento, sentia-se ainda mais unido aos que eram da sua própria carne. Semeou paz por toda a parte e andou junto dos pobres, abandonados, doentes, descartados, dos últimos", escreveu Dino.
O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos), destacou Francisco como símbolo do "diálogo, do acolhimento, da compreensão e, principalmente, da inclusão".
"Poucos líderes foram tão marcantes para mim como o Jorge Mário Bergoglio. Papa Francisco foi o primeiro jesuíta e o primeiro latino a ocupar o posto mais alto da Igreja. Porém, para mim, o que mais marcou sua passagem foram as transformações que ele promoveu. Francisco foi o símbolo do diálogo, do acolhimento, da compreensão e, principalmente, da inclusão.

Foi o papa que abriu a Igreja e a colocou no século XXI. Um líder que ficará na história pela força dos seus gestos. Eu e minha família seguiremos em oração por este líder que foi símbolo de esperança e justiça. Sem dúvida um exemplo de vida e luta para todos nós", afirmou.
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), também lamentou a falecimento de Francisco e enfatizou a trajetória do argentino.
"É com profunda tristeza que recebo a notícia do falecimento de Sua Santidade, o papa Francisco. Neste momento de luto e tristeza, o Congresso Nacional do Brasil une-se em solidariedade à comunidade católica em todo o mundo, à Santa Sé e a todos aqueles que tiveram suas vidas tocadas pelo papado de Francisco. 
Papa Francisco foi um líder espiritual de grande coragem, que pregou o respeito, o perdão e a caridade. Sua luta e seu serviço aos mais necessitados em todos os cantos do planeta inspirou milhões de pessoas. Que sua herança espiritual permaneça como seu maior legado e que o amor que tanto pregou influencie o mundo a trabalhar pela justiça, pela paz e respeito entre os povos", disse Alcolumbre. 
O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, disse que o mundo perdeu um grande homem na luta pela causa dos mais humildes. 
"É com profunda tristeza que recebo a informação sobre a passagem do Papa Francisco. Com a partida de Francisco, o mundo perde um gigante na luta pela causa dos mais humildes, das minorias, dos mais oprimidos, dos imigrantes e pela paz. Sem dúvidas, o primeiro Papa latino-americano e primeiro Papa jesuíta deixa um legado civilizatório para todos que acreditam em um planeta mais justo, mais solidário e mais tolerante. Primeiro Francisco entre os Papas, o pontífice foi o santo dos pobres e oprimidos, da defesa da terra e da vida. Foi ainda um grande defensor da preservação do meio ambiente e crítico ao atual modelo de consumo e produção.

O Papa Francisco tinha uma relação muito especial com o Brasil e com o povo brasileiro. Estive com Francisco na entronização e na primeira audiência dele como papa, acompanhando a presidenta Dilma. Quando nossa democracia esteve ameaçada pelo lawfare e pela escalada do autoritarismo, à sua maneira, Francisco se posicionou ao lado das forças populares e da resistência contra a perseguição política, tendo inclusive enviado uma carta de solidariedade ao presidente Lula, quando ele esteve preso em Curitiba. Em ato de coragem, no segundo turno das eleições presidenciais, o Papa Francisco voltou a se posicionar sobre o Brasil e pediu que Nossa Senhora Aparecida livrasse o povo brasileiro "do ódio, da intolerância e da violência".

Não tenho dúvidas que a liderança de Francisco fará muita falta para toda humanidade, especialmente em momento de escalada da intolerância e do negacionismo, e a ausência dele deixa um vazio enorme em todos nós. Neste momento de dor, manifesto publicamente minha imensa admiração pelo Papa Francisco e deixo meu abraço fraterno a todos os católicos e admiradores da obra de Francisco", escreveu Mercadante, em nota oficial.
O ministro da Casa Civil, Rui Costa, contou que teve a "alegria" de conhecer o Papa, assim como destacou sua humildade e gestos de amor. "Hoje, todo o mundo chora a morte do Papa Francisco. Tive a alegria de conhecer este homem simples e de gestos grandiosos que liderou a Igreja Católica com humildade, resiliência e amor. Que seja eterna sua memória e contribuição para um mundo mais justo e fraterno", escreveu o ministro.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, classificou Francisco como defensor do acesso a saúde à todos. "O papa Francisco foi um grande defensor do acesso gratuito à saúde, durante toda a pandemia ergueu sua voz em favor da vacina contra o negacionismo, orou pelos doentes, pelos médicos e por todos os profissionais da saúde", destacou Padilha.
O ministro dos Transportes, Renan Filho, enfatizou a simplicidade e o amor do Papa. "O dia começa triste com a partida do papa Francisco, nosso compatriota latino-americano que pautou sua vida na construção de uma Igreja mais acolhedora, amorosa e de olhos voltados aos mais humildes, como ensinou Jesus. Francisco deixa como lição a prática da simplicidade e do amor generoso por aqueles que mais precisam", escreveu Renan.

O ministro do Turismo, Celso Sabino, foi outro integrante do governo Lula que lamentou a morte de Francisco. "Um líder espiritual que marcou o mundo com sua fé, humildade e compromisso com os mais vulneráveis. Seu legado de compaixão, diálogo e paz permanecerá entre nós", destacou o ministro.
 O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o Papa foi um exemplo para todas pessoas. "O Papa que apontou um caminho para uma sociedade mais tolerante, justa, fraterna e solidária. Deixa um valoroso exemplo de vida", escreveu no X.
A ministra de Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, relembrou um momento especial quando viu o Papa na cidade de Cartagena, na Colômbia. 
"Setembro de 2017, fomos a Cartagena. Ruas repletas, orações, louvores. De repente, acenando e nos abençoando, Papa Francisco. Aquele tempo medido pelo ponteiro dos segundos foi suficiente para inundar minha alma por um profundo sentimento de paz e sem que me desse conta meu rosto estava molhado por lágrimas que sequer percebi caindo.
Hoje, o Papa Francisco desfila no infinito do céu, não antes de pedir, em sua última oração, por paz. Que os senhores da guerra se sensibilizem ante o aceno pacificador do Papa Francisco; que de todos os telhados do poder saia uma fumaça branca e que à janela anunciem, finalmente:
HABEMUS PAZ! Amém", afirmou Tebet.
A ministra de Relações Internacionais, Gleisi Hoffmann, se despediu de Francisco e destacou seu amor e humildade pelos que "mais sofrem". "Com o coração apertado, nos despedimos do Papa Francisco. Liderou a Igreja com coragem, humildade e amor pelos que mais sofrem. Sua fé caminhava junto com a justiça, resgatando a esperança ao redor do mundo. Seus ensinamentos e posições permanecerão entre nós. Siga em paz Francisco", escreveu Gleisi.