Ex-presidente Jair BolsonaroValter Campanato/Agência Brasil

Brasília - A Polícia Federal apontou que Jair Bolsonaro (PL) movimentou cifras expressivas em suas contas bancárias entre março de 2023 e fevereiro de 2024. De acordo com relatório enviado nesta quinta-feira (21/8) ao Supremo Tribunal Federal, os valores chegaram a R$ 30,5 milhões, somando créditos e débitos praticamente iguais. O documento está vinculado ao inquérito que investiga a atuação do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) nos Estados Unidos em ações consideradas lesivas à soberania nacional, caso que já resultou no indiciamento do ex-presidente e do filho.
As operações financeiras foram classificadas como fora do padrão pelo Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), que repassou os dados à PF. Segundo a apuração, parte relevante do montante se destinou a honorários advocatícios — R$ 6,6 milhões encaminhados a dois escritórios que integram a defesa de Bolsonaro. Outra fatia robusta, R$ 18,3 milhões, foi aplicada em investimentos como CDBs e RDBs, distribuídos em seis operações.
O relatório ainda destaca um segundo período de intensa movimentação, entre dezembro de 2024 e junho de 2025, quando circularam R$ 22 milhões nas contas ligadas ao ex-presidente. Nesse intervalo, Bolsonaro enviou R$ 2,1 milhões ao filho Eduardo e outros R$ 2 milhões para a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. Para os investigadores, as transferências tinham objetivos distintos: sustentar a atuação política do deputado em solo norte-americano contra o governo brasileiro e resguardar recursos em nome de Michelle diante da possibilidade de bloqueio judicial.