O MST manteve o bloqueio da estrada por cerca de sete horasMST/Divulgação
Segundo o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), mais de 200 famílias que desde 2013 vivem no Acampamento Carlos Marighella, montado às margens da rodovia, participaram do protesto.
O objetivo do ato era pressionar o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) a desapropriar duas propriedades rurais na região conhecida como Bico do Papagaio e destinar a área ao Programa Nacional de Reforma Agrária.
Portando bandeiras da organização, cabos e enxadas, os sem-terra atravessaram pneus, troncos e galhos de árvores ao longo da rodovia, interrompendo o trânsito de veículos entre as cidades de Araguatins e Augustinópolis (TO) das 5 horas até por volta do meio-dia.
O bloqueio só foi encerrado após representantes da superintendência estadual do Incra garantirem que irão se reunir com as famílias para discutir as reivindicações do grupo. O próprio instituto confirmou que o superintendente, Edmundo Rodrigues; o conciliador agrário regional, Geraldino Gustavo, e o chefe da Diretoria de Obtenção de Terras, Hilton Faria, se reunirão com os sem-terra do Acampamento Carlos Marighella nesta terça-feira, 9.
“Apesar da clareza legal, as famílias [sem-terra] denunciam o adiamento contínuo das vistorias, além de um aumento preocupante da violência no local, com carros passando e disparando contra o o acampamento e barracos sendo incendiados”, sustenta o MST.
Consultada pela reportagem, a superintendência do Incra em Tocantins informou, em nota, que vem trabalhando para dar conta das demandas do Programa Nacional de Reforma Agrária, “paralisado nas últimas gestões”.
“As demandas apresentadas pelas famílias [do Acampamento Carlos Marighella] já foram tratadas em reunião ocorrida na superintendência, no mês de agosto”, acrescentou o instituto, confirmando o compromisso de vistoriar o imóvel ainda este mês.
“A superintendência também vem mantendo o diálogo com as famílias do acampamento, com a direção do MST e com o comandante da PM da região, buscando uma saída pacífica para a desobstrução”, acrescentou a superintendência.
A reportagem ainda não conseguiu contato com os responsáveis pelas fazendas citadas.
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