foto: RC24hLetycia Rocha (RC24h)

Na última quarta-feira (12), um aluno do Centro Educacional Municipal Profª Marli Capp, no distrito de Tamoios, em Cabo Frio, foi flagrado com uma faca por uma cuidadora. O caso repercutiu nas redes sociais, em meio a diversos relatos sobre possíveis ataques às instituições de ensino que rondam o país. Em uma nota enviada aos pais e responsáveis, a instituição, explicou que o jovem, de 20 anos e que está dentro do espectro autista, estava portando uma faca e uma tesoura. Ele teria demonstrado comportamento agressivo contra a auxiliar, “quando esta retirou dele a faca”.
Os pais do rapaz, identificado como Nicolas, falaram sobre o caso à reportagem do RC24h. Conforme a família, o aluno tem “uma faquinha de pequeno porte, sem ponta, que usa para plantar em casa”. Nessa quarta, ele levou o objeto para a escola, dentro da mochila e tirou para mostrar a auxiliar. Nesse momento, a cuidadora tomou o objeto de Nicolas. O pai do jovem conta que o “filho pediu a faquinha de volta e ela se negou a dar. Então ele segurou o braço dela pedindo para devolver a faquinha”.
Foi nesse momento que um inspetor de classe se aproximou e “agarrou o menino por trás”. Ainda segundo o relato da família, o funcionário disse que o rapaz “estava oferecendo perigo a ela, poderia quebrar o braço dela e agarrou ele por trás”.
A família explica que Nicolas é “autista. Ele é especial, tem TDAH. Teve meningite com sete anos de idade”. Devido ao espectro autista, o jovem é sensível a toques. “Sabem que não pode tocar nele. A auxiliar dele tem a experiência há muito tempo. O episódio foi esse. A partir do momento em que esse inspetor segurou meu filho por trás, desencadeou todo aquele processo que o meu filho tentou se desvencilhar disso, atingindo a auxiliar, dito por ela própria, na barriga, quando ele levantou o pé”, conta o pai.
Em relação a tesoura, que também foi mencionada na nota divulgada pelo centro educacional, é uma “tesourinha de colégio, daquelas pequenininhas de cortar papel que usa até em jardim de infância”. O objeto faz parte do material escolar do jovem, com caixa de lápis de cor, canetinha, cadernos, entre outros.
A família afirma que a auxiliar não teve “preparo par lidar com o filho ou qualquer PCD”.
Ainda de acordo com o relato do pai ao Jornal O DIA, “a situação foi falada por até funcionários do próprio colégio (…) que saiu na rua dizendo para todas as mães que o meu filho entrou armado no colégio, que tinha até arma na mochila dele”.
Em nota nas redes sociais, a Secretaria Municipal de Educação afirma que não houve ninguém ferido na escola. “A faca, de pequeno porte, que o aluno portava, foi apreendida pela própria auxiliar de classe. Com isso, o aluno foi para a sala de aula e, muito agitado, pegou uma tesoura sem ponta, a qual foi retirada da mão do aluno. Passados os fatos, os responsáveis foram chamados, tendo chegado prontamente na Escola, acalmando o aluno e levando-o para casa”, diz a pasta.