foto: João Víctor OliveiraLudmila Lopes (RC24h)

Após a greve de 24 horas realizada nesta quarta (3) pelos profissionais da educação de Cabo Frio, mais de 160 trabalhadores da área participaram de uma assembleia on-line no mesmo dia para avaliar a paralisação e decidir os próximos passos. A categoria optou por promover uma nova paralisação, também de 24 horas, na próxima terça-feira (9), visando exigir a aplicação do reajuste do piso em todos os níveis da carreira e um reajuste salarial digno para todos os trabalhadores das escolas. O ato está programado para acontecer às 9h, em frente à Câmara Municipal.
Nesta quinta-feira (4), a direção colegiada do Sepe Lagos comunicou aos participantes da assembleia sobre uma tentativa de negociação entre o sindicato e o prefeito da cidade, José Bonifácio (PDT), realizada durante o ato em frente à prefeitura na manhã anterior. No entanto, a direção do sindicato afirma ter sido recebida apenas pelo chefe de gabinete, Mirinho Braga, que informou que Bonifácio não receberia a categoria devido a um vídeo divulgado pelo sindicato em resposta a um vídeo publicado nas redes sociais do prefeito, repleto de distorções e ameaças.
Segundo Mirinho Braga, o prefeito teria ficado ofendido pelo conteúdo do vídeo divulgado pelo sindicato. Ele também informou que a prefeitura enviaria no mesmo dia um Projeto de Lei (PL) para concretizar o reajuste salarial para alguns segmentos do magistério, conforme mencionado pelo prefeito no vídeo. Entretanto, para os demais servidores, não há previsão de reajuste. O chefe de gabinete teria mencionado que talvez Bonifácio discutiria uma possível recomposição para todos os servidores, mas não há garantias de qual seria esse índice, de quando ele seria concedido e nem se efetivamente ocorreria.
Além disso, Mirinho teria informado que outro PL, para criação de cargos referentes ao último concurso, foi enviado à Câmara no mesmo dia. Neste, constam as vagas que serão disponibilizadas para cada cargo.
Após situação, veja o novo pronunciamento do Sepe Lagos:
A direção colegiada do Sepe Lagos alertou aos trabalhadores que participaram da greve nesta quarta-feira (3) e, mais tarde, da assembleia, sobre inconsistências no projeto mencionado por Mirinho e que o sindicato trabalharia para verificar possíveis ajustes junto ao legislativo e ao Ministério Público.
“Frente à intransigência de Bonifácio, que mesmo com a paralisação dos educadores manteve sua postura autoritária e antidemocrática de não dialogar com o sindicato e a categoria, os trabalhadores das escolas decidiram continuar juntos lutando para que o reajuste do piso seja aplicado em todos os níveis da carreira e para que a prefeitura garanta um reajuste salarial digno para todos os servidores.
A direção colegiada do Sepe Lagos enfatiza que o anúncio deste reajuste só foi feito pelo prefeito às vésperas da paralisação da categoria para tentar conter o movimento de greve. Não fosse pelo movimento feito pelo sindicato, o mais provável, é que não haveria nenhum reajuste para nenhum setor da educação.
O anúncio, a contragosto do prefeito, é sem sombra de dúvidas uma vitória parcial da luta da categoria, que deve seguir unida e mobilizada, com todos os trabalhadores das escolas, de todos os cargos, participando ativamente do movimento”.
Confira as principais propostas aprovadas pelos trabalhadores em Assembleia:
1) Realização de nova greve de 24h no dia 09 de maio, com ato e panfletagem em frente à Câmara Municipal às 9h;
2) Colocar o carro do Sepe Lagos circulando pelas ruas de Cabo Frio denunciando a falta de negociação, o não reajuste dos salários dos servidores, o descaso com a educação e o sucateamento das escolas;
3) Enviar pedido à Câmara para que o sindicato faça uso da tribuna para esclarecimentos à população;
4) Continuar buscando participar de entrevistas nos veículos de comunicação da região explicando as nossas reivindicações e denunciando a postura do governo Bonifácio;
5) Elaborar novas charges criticando a política do prefeito e da secretaria Elicéa da Silveira;
7) Elaborar uma tabela salarial atualizada que auxilie a explicar aos trabalhadores das escolas e à população as perdas salariais da categoria;
8) Enviar ofício à Secretaria de Educação (Seme) com questionamentos sobre o número diminuto de vagas proposto na mensagem do executivo à Câmara para criação das vagas;
9) Enviar ofício à Seme cobrando esclarecimentos sobre a implementação da terceirização dos ASGs;
10) Enviar ofício à Secretaria de Administração cobrando o cumprimento do enquadramento anual da Lei Complementar nº 11/ 2012, que institui o Plano de Carreiras dos servidores municipais de Cabo Frio;
11) Confeccionar uma quantidade massiva de adesivos com a charge dos “espantalhos contra a greve”.