O principal suspeito, o namorado da mãe, está foragido.Ludmila Lopes (RC24h)
A necessidade de uma vaquinha on-line para cobrir os custos evidenciou a falta de auxílio da prefeitura, gerando intensos debates sobre a gestão da secretaria de Assistência Social da cidade, principalmente por conta do orçamento de Cabo Frio neste ano ter sido na casa de R$ 1,4 bi.
A controvérsia iniciou quando o secretário de Assistência Social, pastor Fabrício Valladares, declarou que, apesar de esforços, não havia verba disponível para custear o translado interestadual, além de não existir lei que garantisse tal procedimento. Essa afirmação gerou reações acaloradas, com moradores acusando a administração municipal de “falta de vontade e competência”.
Em resposta, o pastor afirmou que as críticas estavam sendo feitas à pessoa errada, pois o transporte dos corpos seria de responsabilidade do IML e do estado, não da prefeitura.
Nilza Motta, ex-funcionária da secretaria Assistência Social durante o governo de Alair Corrêa, enfatizou que em outras gestões, tal processo era viabilizado, e argumentou que a responsabilidade do secretário seria buscar parcerias com o governo estadual.
“Acredito que a Assistência Social” tem que fazer parceria com o governo do estado, sim, tá? Para quando acontecer essas eventualidades, já estar preparado. E não a família depender de vaquinha para fazer o traslado, não. Isso aí é uma falta de respeito com a família, com os amigos e, até mesmo, com a pessoa que faleceu, né? Isso aí é inadmissível”, enfatizou.
Essa questão da busca por parcerias e soluções acabou se tornando um ponto focal nos debates, especialmente quando informações confidenciais das vítimas foram compartilhadas por Fabrício, agravando as tensões entre os envolvidos.
Marcela Gorete, Conselheira da Sociedade Civil, que liderou os esforços para auxiliar a família, relatou a falta de colaboração da Secretaria de Assistência Social, mesmo para questões básicas como obtenção de documentos, uma vez que os originais haviam sido perdidos.
O laudo do IML revelou que as vítimas foram espancadas até a morte, apresentando traumatismo crânio-encefálico e diversos hematomas. O principal suspeito, o namorado da mãe, está foragido.
Diante das discussões, o Jornal O DIA entrou em contato com a prefeitura de Cabo Frio, que enviou a seguinte nota:
“A Prefeitura de Cabo Frio informa que foi prestada toda a assistência para a família das vítimas citadas, tanto com relação à documentação quanto aos demais trâmites necessários para a liberação dos corpos. Informa ainda que o translado dos corpos para a Paraíba ficou sob responsabilidade da família, já que em Cabo Frio as Leis Municipais 2.503/2013 e 3.439/2022 delimita o deslocamento em até 150km de distância do domicílio”. Em relação a possíveis parcerias com o governo do estado, a prefeitura não respondeu.
O secretário também foi amplamente criticado e acusado de “despreparo” por, conforme os comentários, apenas lidar com um problema na pasta em que atua: a população em situação de rua. Os participantes da discussão pontuaram que a Assistência Social tem que fazer parceria com o governo do estado, para quando acontecer essas eventualidades, já estar preparado e para que a família não dependa de vaquinha para fazer o translado. Em resposta à discussão, o município emitiu uma nota afirmando que prestou toda a assistência para a família das vítimas, tanto em relação à documentação quanto aos demais trâmites para a liberação dos corpos.
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