Cabo Frio - Cidades da Região dos Lagos poderão ser contemplados com a Certificação Selo Azul – Cidades Costeiras, lançada no último mês pela Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado do Rio de Janeiro (Facerj). A iniciativa, apresentada em um evento na Secretaria Estadual de Energia e Economia do Mar do Rio de Janeiro (SEENEMAR), busca reconhecer e incentivar boas práticas sustentáveis entre os 443 municípios litorâneos do país.
A certificação, promovida pela Facerj, conta com o apoio de entidades como a Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB), a Associação Brasileira das Empresas da Economia do Mar (ABEEMAR), o Centro de Estudo das Cidades do INSPER, a Unisuam e a SEENEMAR. O objetivo é estimular uma gestão eficiente e sustentável, com foco na Economia Azul, através de 20 requisitos que compõem o Índice da Economia Azul. Entre os critérios analisados estão governança, gestão costeira, preservação de ecossistemas marítimos e fomento ao empreendedorismo azul.
De acordo com o presidente da Facerj, Robson Carneiro, o Selo Azul representa um avanço para a economia fluminense ao estimular a gestão responsável dos recursos marítimos. “Com essa certificação, os municípios terão mais oportunidades de atrair investimentos, fortalecer o turismo sustentável e impulsionar setores estratégicos, como a pesca, o transporte marítimo e as energias renováveis”, afirmou.
Os municípios que conquistam a certificação passam a ter um diferencial estratégico, destacando-se no cenário nacional em governança e sustentabilidade costeira. Entre os principais benefícios estão:
- Atração de investimentos: Maior interesse de investidores nacionais e internacionais em cidades certificadas;
- Fortalecimento da economia local: Estímulo a setores como turismo, pesca e transporte marítimo sustentável;
- Melhoria da gestão pública: Implementação de processos mais eficientes e transparentes;
- Sustentabilidade ambiental: Incentivo à adoção de boas práticas na gestão de recursos naturais;
- Maior reconhecimento internacional: Acesso a redes de apoio técnico e financeiro para desenvolvimento sustentável.
Processo de certificação
A concessão do Selo Azul apenas acontecerá após um processo de auditoria conduzido por especialistas, envolvendo análise documental, entrevistas e verificação dos requisitos estabelecidos no livro “Governança Economia Azul – Estratégia Competitiva para o Desenvolvimento Local”, de Antonio Pinaud e Renato Regazzi.
Os três principais eixos de avaliação são:
Governança Azul: Monitoramento de programas e projetos ligados à Economia Azul;
Fomento à Economia Azul: Incentivo a atividades como pesca, aquicultura, turismo e energias renováveis;
Preservação dos Ecossistemas Costeiros: Medidas para proteção de áreas ambientais como manguezais e recifes.
Para obter a certificação, os municípios devem atingir pelo menos 1 mil pontos no sistema de avaliação e manter auditorias anuais para garantir a continuidade das boas práticas. O selo tem validade de dois anos.
Perspectivas para a Região dos Lagos
Com uma das maiores concentrações de cidades costeiras do estado, a Região dos Lagos poderá ter diversos municípios, como Cabo Frio, Arraial do Cabo, Búzios, São Pedro da Aldeia, Iguaba Grande e Saquarema, contemplados com a certificação. Com sua forte dependência da economia marítima e do turismo, a adesão ao Selo Azul pode representar uma oportunidade estratégica para fortalecer a sustentabilidade e o desenvolvimento local.
A iniciativa também tem como objetivo reforçar o compromisso do estado do Rio de Janeiro com a preservação ambiental e o crescimento sustentável da “Amazônia Azul”, como é chamada a vasta área marítima sob jurisdição brasileira.
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